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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Desmont


1
Alguma esquina, algum dia, alguma cidade.
Um garoto, uma porta, uma esperança:
Desmont era um garoto tranquilo, inteligente e, acima de tudo, esforçado. Corria atrás do que queria e não descansava até que conseguisse. Era imaginativo, criativo, espontâneo; procurava fazer algo novo todos os dias. Mas tinha muita dificuldade. Grande parte por causa de seu distúrbio: sofria de síndrome de down.
Na escola, era destaque. Seu senso de humor conquistava colegas e professores. De toda a turma, era o mais maduro. Sua mãe era costureira e não conseguia pagar as contas, então ele trabalhava como entregador de jornal. Acordava as 4:30 todos os dias, pegava os jornais na central, entregava nas sonolentas portas fechadas das casas, enfrentando chuvas, frios e ventos.
Mas Desmont tinha um grande sonho: Queria ser escritor.
Na escola acessava a internet e, com medo que alguém descobrisse e roubasse suas histórias, utilizou um pseudônimo para colocar seus poemas e novelas em um site. Suas histórias ganharam uma certa repercussão e criticas positivas. Ele se sentia tão feliz e entusiasmado. Acordava cedo, trabalhava e ia direto para a escola. Voltava, cozinhava para sua mãe e voltava a pé para a escola para escrever na internet.
Um homem fizera contato com ele, dizendo que gostou muito das histórias (que eram realmente, dignas de grandes nomes da literatura) e queria publica-las em sua editora, bastava que ele fosse até sua casa e levasse os textos impressos com as devidas correções ortográficas.
Desmont viveu, então, o dia mais feliz de sua vida. Sabia que as coisas iam dar certas como recompensa pelo seus esforços. Já se imaginava como um escritor famoso, recebendo prêmios, entrevistas, documentários: quem diria, um "deficiente" escrevendo. Pontualmente, como sempre, foi até a casa do dono da editora.
Alguma esquina, algum dia, alguma cidade.
Um garoto, uma porta, uma esperança:
- Bom dia, meu nome é Des.... - A porta fechou-se.

2
Uma semana depois, um livro foi lançado na editora local. Desmont entrou em depressão quando viu na banca um livro de uma história do mesmo nome que a sua... que possuía os mesmos personagens....cenários.... deixara o livro cair quando percebeu que tinham pego sua história. Estranhamente, o autor tinha o mesmo sobrenome do dono da editora. A história foi premiada e permitiu que o suposto autor de "O Reflexo Destrutivo" fizesse carreira em um país europeu.


Desmont desapareceu na semana seguinte.






É estranho quando as coisas não acontecem como esperamos
e a única coisa que podemos fazer é conviver com isso.










ou não



fim do capítulo 7, ao mundo dos sonhos continua...


3 comentários:

  1. Ao elr esse capítulo me lembrei de um fato curioso que ao lembar dou risada de quanto fui idiota em acreditar no ser humano. Um cara disse que adorou minha história ( Eduardo e Mônica), mas que não poderia lançá-la já que teria que pedir direitos autorais, pois escrevi uma história inspirada numa música de Renato Russo. A original ficou na mão dele, ele sumiu, foi para o Rio de Janeiro e levou a minha história, não sei se ele publicou, eu também não registrei a obra e decidir postar no blog para evitar maiores aborrecimentos. É a ficção imitanto a arte da vida, parabéns. E espero que Desmont tenha um final feliz, de ser reconhecido na literatura.

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  2. bem
    meu blog é feminino porém
    hum naum sei dizer
    entra lá pra ver
    http://grudeichicletes.blogspot.com/

    bjs

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  3. Existem coisas na vida que nos deixam muito para baixo, como essa que aconteceu com Desmont. O que é preciso não deixá-las nos derrubar e seguir em frente, lá na frente o troco, ou a recompensa vem em dobro!

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