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domingo, 29 de agosto de 2010

Otage- capítulo 2.

Manuela entra num quarto.
-Vamos Pedro, sai daí.
Pedro abre a porta do banheiro.
-Estou fazendo a barba.
-E você tem barba? Você nem tem pêlo no peito.
-Olha! -ele começa a rir e passa creme de barbear no rosto dela.
-Ai seu filho da mãe.
Ela limpa o rosto com uma toalha. Ele sai do banheiro.
Toca o celular de Manuela, ela atende.
-Alô... Ingrid.
-"Eu liguei para dizer que não vou não".
-Por quê?
-"Briguei com o Fábio"
-Vocês voltam, por isso mesmo você tem que ir, vamos nos divertir e só são 15 dias. O que pode acontecer?... Você arranjar um namorado lá?
-"Não seria uma má idéia." - ela rir.
-Isso é um sim?
-"Sim, eu vou por causa de vocês, quem sabe quando vamos ter outra oportunidade dessa. Quando casarmos?"
-Tô fora dessa, só depois de 10 anos.
-"Não precisa me buscar, eu vou pra casa da Elís"
-Está bem. -ela desliga.
-Quem era?
-Ingrid... Ela disse que não estava a fim de ir, depois mudou de idéia.
-Você sabe que a Ingrid não é certa da cabeça, tem consulta todo fim de semana com um analista e toma remédio de tarja preta. -Ele se vestindo -Tirando que é super fútil... Acho que se colocar tudo o que não é dela natural não acabaríamos a lista hoje.
-Meu Deus Pedro.
-Vamos?
Eles descem.
-Aqui a chave. -um senhor entrega uma chave a Pedro. -Tome cuidado com ele.
-Sim papai.
-Vocês vão buscar ainda Carolina não é?
-Claro mãe. Como iríamos esquecer da nossa priminha querida. -Manuela fala isso olhando para Pedro.
-Oi. -Heitor.
-Ele vai?
-Claro, ele é o meu melhor amigo.
Heitor beija no rosto de Manuela, ela entra no carro emburrada.
-Juízo.
-Só uma coisa que eu não prometo é ter juízo nesses quinze dias. -Fala Pedro ao entrar no carro.

Otage- Prólogo e Capítulo 1.

Capítulo 1.

Tínhamos tudo para ter uma grande férias, dizíamos que iria ser inesquecível. Mas nos reconhecemos, nos descobrimos, ficamos sabendo o que somos e até onde somos capazes de ir.
"Não Marcos", "Ah... Ah!", "Não acredito", "Por quê?", "Joga pomba", "Você sempre continuará sendo um covarde", " O plano é simples, vão todos pensar que foi um acidente", Fomos longe demais", "Era para ter sido uma brincadeira".
Uns olhos azuis entre as grades, crime, homicídio da própria prima.
se aproxima o carcereiro.
-Tem visita.
-Quem?
-Manuela Carvalho.
Na cela
-Me formo no próximo mês, vou ser advogada e vou lhe tirar daqui.
-Ainda tenho mais três anos nesse inferno... estava recordando tudo, faz sete anos hoje.


Capítulo 1.

-14 de junho de 2000.

Um carro para.
-Vamos nos ferrar se descobrirem.
-Não vão descobrir porra!
O cara de olhos azuis se encosta no carro, se chama Pedro carvalho.
-O Caio já se acalmou.
A irmã dele, um pouco gordinha. Caio começa a chorar, ele é negro.
-Vamos fazer logo o que vinhemos fazer, ela tá morta, não podemos voltar atrás, joga pomba.
Fala Elís, uma garota baixa de cabelos castanhos cobrindo a nuca, acima dos ombros.
-Tem como desconfiarem?
Pergunta Heitor, um cara forte.
-Acho que não. -responde Pedro.
-Acha que não! Se descobrirem toda a verdade vamos nos fuder! -fala Caio fazendo um gesto obsceno no final.
-Não será, se contássemos toda a verdade, foi uma brincadeira, não imaginávamos que iria acontecer o que aconteceu.
Bruno sai do carro para falar isso.
-Eu só sei que tenho 20 anos, e não quero passar minha juventude na cadeia.
-Vocês poderiam pararem de falar. -Manuela pega o lixador de unha da mão de Ingrid.
Todos saem do carro.
-Deu a marcha? -Pergunta Pedro.
-Sim -Responde Bruno.
Os homens empurram o carro em direção a ribanceira.
O carro desce a ribanceira, explodindo no final.
-Vocês juram que vão levar ao túmulo esse episódio? Juram?! -Pedro.
-Claro que todos juram. -Bruno.
-Eu não acredito que vocês tiveram a coragem de fazerem isso. -Caio.
-Nós todos fizemos, não esqueça isso Caio. -Elís.
-Acabou, descansa em paz Carol. -Manuela.
-Vamos sair logo daqui, que eu não aguento mais esse frio. -Ingrid.
-Eu te esquento. -Heitor.
-Não enche.

Eduardo e Mônica -Capítulo 1.

Eu nasci no dia 26 de junho de 1958, filho de Marta Souza Preões, que era filha de Carmem. Minha mãe não tinha irmãos e junto com minha avó se mudou para Brasília, que tinha sido inaugurada, no dia 21 de abril de 1960, pelo governo de Juscelino Kubitschek. Lá junto com o meu padrinho, senhor Segismundo Fahar, este preferia ser chamado de Mundo. O que não deixa de ser verdade, já que ele conhecia o Brasil como a palma da mão. Do meu pai, cresci sem ele, este faleceu antes de eu nascer. Se chamava Fernando Queiroz. De como ele morreu não tenho muitos detalhes. Meu padrinho faleceu quando eu tinha sete anos num acidente de carro, não se casou, não teve filhos, gostava de ser solteiro. Isso eu aprenderia com ele, a viver assim, mas como não existe razão para o coração, conheceria Mônica, teria dois filhos lindos com ela, uma casinha simples, de dois andares, amarela e com um fusca.


Mônica – 1969 – Aos 15 anos


Mônica era a menina mais desejada de Anápolis, sabia dançar rock como ninguém, gostava dos Mutantes, e pertencia a alta classe anapolisense. Ela era loira, de olhos verdes, tinha um nariz arrebitado, magra, e a chamavam de Olívia Palito.
- Vamos entrar no carro broto?
- Um Chevet 55. – Ela vira o copo de wísky.
- Estou doido para ficar sozinho com você.
- Você me prometeu que estaria em casa antes das dez – ela acende um cigarro – Tenho que ir pra casa se não papai e mamãe vão ficar preocupados.
- Pare de ser sonsa garota! – joga o cigarro dela no chão.
- Você bebeu demais Marcos. Rô, vamos pra casa.
- Mônica eu não vou pra casa agora.
- Daqui a pouco a polícia baixa aqui.
- Vai só querida. – ela beija um rapaz na lambreta.
- Vamos relaxe, entre no clima. – ele a beija.
Saem juntos Roberta e Celso, deixando-os sós.
- Estou com frio!
- Mais um motivo para entrarmos no carro.
- Está bem.
Eles entram, se beijam, e ele suspende a saia de Mônica.
- Não Marcos!
- Você quer.
- Marcos, quero sair! – ele beija o pescoço dela – Pare Marcos! – ela o empurra, ela tenta abrir a porta – Abre o carro, Marcos.
- Não abro.
- Eu não estou gostando nada disso.
- Temos um ano de namoro broto.
- Eu não quero!
- Deixe de ser tonta, você sabia o que poderia acontecer, quando topou vir para cá – ele segurando o queixo dela.
- Você está me machucando.
Ele vai beijá-la.
- Não, eu vou gritar.
- Ninguém vai te escutar. – ela o morde – Sua cadela! – ele dá um murro nela.
- Socorro, pelo amor de Deus, me ajude!
Ela quebra o vidro.
- Não, pare!
- Quietinha.
Ela numa maca acaba de acordar.
- Já está feito o serviço, você não vai ter um filho daquele marginal.
- Estou enjoada!
- É normal – o médico diz.
- Quero ir embora daqui, desse lugar imundo.
- O marginal fugiu.
- Já dá para saber o sexo da criança?
- Não, vamos para Brasília.
- O que vou fazer naquele inferno?
- Pensava nisso antes.


Eduardo – 1970 – Aos 18 anos


Num prédio junto com outros rapazes, fumando e bebendo, comemorando o tricampeonato brasileiro. Chega uma moça e o beija.
- Alice. Quer? – ele enrola uns cigarrinhos.
- Não, obrigada!
- Vamos sair daqui. Eu pensei melhor. – ele cheirou o pó.
- Sabia meu bem! – ela o beija – Eu tinha certeza que você iria querer essa criança, só ficou preocupado por estar desempregado, e você não querendo que o seu pai soubesse, eu tenho certeza que ele vai adorar ser avô.
- Vem comigo.
Eles entraram no quarto, se beijaram, e transaram.
- Aqui o wísky para comemorarmos.
Ela bebe.
- Já contou a seus pais?
- Não, estou com medo.
- Não tenha, eu estarei sempre ao seu lado – ela o abraça – Ah! Estou me sentindo mal, chame um médico, Eduardo.
- Quem disse que vou chamar meu amor?
Ela caiu na cama com a mão no pescoço.
- O que você fez? – ela chorando, ela caiu da cama.
Ele se aproxima dela, certifica-se se ela está morta e fecha os olhos dela. Tira do bolso da calça umas cápsulas, e começa a chorar, encosta-se na parede e se agacha.
- Eu não queria fazer isso... Eu juro que não queria.

Em uma das minhas noites em surto escrevi.

Gostaria de voltar a ser menino
A pensar e agir como menino
Mas minha mãe diz que homem não chora
Gostaria de errar menos a cada hora
Sei que não sou perfeito
Talvez você não entenda o meu jeito
Cansei de ouvir o que acham o que é certo para mim
Queria que certos momentos não tivessem fim
Não quero mais esperar na janela o beijo que não recebi
Envelheci você pensa que não percebi
Deveria conversar mais com Deus
Queria ter o poder de fazer previsões
Para enxergar um mundo sem guerra, fome , doenças e aflições
Cansei da minha falsa modéstia
Quero tirar do meu dicionário a palavra angústia
As vezes me sinto tão carente
Sinto falta de ser elogiado pela família
Desejo o colo da minha mãe
Descobri que minto as vezes
No futuro você quer plantar que semente?
O que me perturba durante o dia?
Vou fazer uma revolução, não de armas, mas de amor
As palavras deveriam sair como flor
Cansei dos seios perfeitos e da bunda empinadinha
Descobrir que não acredito mais na política
Não gosto de ouvir critica
Me pergunto o que está acontecendo com as nossas crianças
Por que elas morrem e sofrem?
As vezes gostaria de ver Cristo para saber se isso é justo
Não quero a glória a qualquer custo
Deveria crer que existe novas esperanças
Queria ser dono de uma ideia genial
Sei que não sou um bom poeta
Queria caminhar com Gandhi pelas águas do Ganges
Queria pilotar uma motocicleta e sair pelo mundo
Queria fazer rir como o saudoso Bussunda
Queria estar alerta para ouvir outra vez os Mamonas tocar
Gostaria de continuar viajando com as músicas do Renato
Eu não nasci para ser beato
Choro, mas cadê lágrimas, fico sem ar
Acho que não sei o que sou de verdade no fundo
Queria gozar entre as pernas da Madonna
Beijar a Angelina Jolie
Comer o Gianecchine
Ter por uma noite em minha cama a Luana Piovani e a Fernanda Lima
Queria sentir outra vez o corpo quente da pessoa que amo
Queria me libertar das dúvidas, ir pra zona
Esquecendo o que é certo ou errado talvez haja rima
Não desejo sofrer, quero ser livre caminhando sem rumo
E por fim, não menos romântico
Gostaria de morrer de amor.