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segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

O mestre -Capítulo 2 e 3.

Capítulo 2.

Três dias antes.



Pedro acorda, vai ao banheiro, faz a barba, se olha no espelho, se achava bonito, se fosse rico faria sucesso achava. Foi para o trabalho.
-Já sabe Pedro?
-O quê?
-O chefe já disse que vai haver cortes no quadro de funcionário.
Ele detestava o chefe, ele estageia dois anos e ainda não foi efetivado pela empresa, era um gênio da computação, o chefe era grosso, sala perto do banheiro masculino só para humilhar, ganhava bem menos que um estagiário na área. Esforçou-se tanto para passar numa universidade pública para ainda continuar na mais perfeita miséria.
-Aqui os relatórios sobre as máquinas senhor Raul Vascentini Dergrinolle.
-Não quero ver nada agora rapaz, saia da minha sala, me poupe da sua presença. É surdo? Saia! Eu quero ficar sozinho e ainda tenho certeza que devem estar errado esse relatório.
Pedro se retira.
-Só contrato idiotas.
No final da tarde Pedro soube que estava entre as pessoas que seriam cortadas do quadro de funcionários da empresa.


Capítulo 3.


Pedro olha o computador, pensa, vai à janela, passa a mão na cabeça. Liga o computador e cria um e-mail do site do banco do ex-chefe e envia para o e-mail do mesmo com um link da página que ele criou falsa do banco.
No dia seguinte abriu o e-mail e lá estava dados do senhor Dergrinolle, inclusive a senha.Entra no site do banco e digita a senha. Aparecem barras verticais, em que vão subindo blocos verdes, ele consegue entrar e sorrir, nem acreditou que conseguiu.
Ele digita a quantia de 100 mil reais e com o mouse aperta o botão de notas de 1000, 500 e 100 e clica enter. Logo depois aparece a mensagem: "transferência realizada com sucesso!".
-Você é um gênio Pedro.
Ele vai ao banco.
-Vim fazer um saque no nome do senhor Raul Vascentini Dergrinolle.
-De quanto?
-100 mil.
-Sim. Assine aqui.
Ele assina, ver uma câmera e sorrir para a atendente, ela se retira.
Pedro senta-se.
A moça volta e coloca uma algema em uma de suas mãos e na mala.
-Volte sempre.
-Obrigado.

A mulher do desembargador -Capítulo 2.

Na manhã seguinte eu e o meu tio abrimos a barbearia.
-Quando sabemos que estamos apaixonados tio?
-Francamente não sei.
-Pedro vem jogar bola com a gente. –Era Felipe.
-Eu não posso.
-Vá.
-Mas minha família precisa do dinheiro.
-Eu pago, não se preocupe, vá se divertir.
-Então vamos.
E quando eu sair vi o guarda Ventura entrar na casa do desembargador.
-Vamos lá na casa de Sirlene. – Felipe.
-Mas dizem que ela é uma prostituta.
-Juntamos um dinheiro.
Chegamos lá e subimos uma escada e batemos na porta e Sirlene atendeu vestida com um roupão. Ela era branca, bem pálida, de cabelos loiros cacheados e olhos castanhos.
-O que vocês querem?
-É que...
-Desembucha! Não tenho tempo a perder.
-Entrega logo o dinheiro. – Fala Cláudio.
Felipe entregou o dinheiro.
-Só pode um e por meia hora. Quem vem?
-Eu como chefe do grupo... - Fala Felipe.
-Ah não! Isso não é justo. –Fala Cláudio.
-Já sei, vai aquele que é ainda virgem do grupo, Pedro. – Fala Renato
-Eu não vou, vão um de vocês.
-Então vamos tirar na sorte em Pedra, papel e tesoura. – fala Felipe.
-Pedra, papel, tesoura. – Todos os três.
-Tesoura corta papel. – fala Cláudio.
-Pedra quebra tesoura, ganhei. – Comemora Renato.
-É justo. – fala Felipe.
-Entre. – Fala Sirlene, e Renato entra.
Voltei para casa, entrei no meu quarto e folheei o Cortiço e deixei o livro na cama, peguei o binóculo e a esposa do desembargador estava no banheiro, mas acompanhada pelo guarda Ventura, estavam transando. Ela com as pernas presas na cintura dele e ele beijando os seios dela.
A língua dela lambia a orelha dele, tive vontade de matá-lo, quando a mão dele subiu pela coxa dela, as unhas dela encravada nas costas dele, via no rosto dela como ela estava feliz com o ato.
Tive nojo de ver aquilo, me perguntava por que ela fazia aquilo, se demontrava ser dedicada, submissa e atenciosa ao marido.
-Meu pai chegou bêbado. – Era a minha irmã Bárbara.
-Por causa de você o nosso filho está sustentando a casa, por causa de um pai alcoólatra e desempregado.
-Cala a boca!
-Ai!
Desci correndo depois de escutar isso lá do meu quarto.
-Não bata na minha mãe covarde! Bata em um homem!
-Sai da minha frente moleque. – me puxando.
-Eu não sou moleque.Você que é, por esconder o seu fracasso de pai na bebida. – recebi um tapa.
-É com isso que você se sente homem?
-Me respeita!
-Bata! Bata! – chorando – Não é assim que você se sente homem, me bata!
Meu pai subiu, olhou para a minha irmã, e foi para o seu quarto.
-Filho! –minha mãe começou a chorar.
-Está bem mãe? –e nos abraçamos.
Amanheceu era domingo, minha família, menos o meu pai, foi toda para a igreja, como era de costume na época. Eu era também coroinha na igreja, gostava dos sermões do Padre Eurico Serjela, apesar de eu achá-lo com cara daqueles grandes assassinos de filmes de Hollywood, dos poucos que via.
-Senhor, vós me perscrutais e me conheceis.
Sabes tudo de mim, quando me sento ou me levanto,
De longes penetrais meus pensamentos
Quando ando e quando repouso, vós me vedes,
Observais todos os meus passos.
A palavra ainda me não chegou à língua, e já, Senhor, a conheceis toda.
Vós me cercais por trás e pela frente, e estendeis sobre mim a vossa mão
Conhecimento assim maravilhoso me ultrapassa, ele é tão sublime que não posso atingi-lo – Ela e o seu marido, o desembargador entram na igreja, ela estava linda, não notei o vestido dela, que para mim ela estava nua, eu e ela nos amando no chão da igreja sendo observados por Jesus na cruz.
-Pedro.
-Desculpa Padre: Para onde irei, longe de vosso Espírito?
Para onde fugir, apartado de vosso olhar?
Se subir até os céus, ali estareis;
Se descer à região dos mortos, lá vos encontrarei também. –Os seios dela, o sorriso, as coxas, me tormentavam, eu estava suando muito, e já sentia a minha ereção. –Se tomar as asas da aurora, se me fixar nos confins do mar.
É ainda vossa mão que lá me levará,
E vossa destra que me sustentará. –Foi assim que acabei de ler o Salmo 138.
Depois veio o sermão do Padre:
-Fiéis, não devemos mexer com as coisas de Deus, deixemos elas como estão, este céu, mar, terra, animais, são coisas de Deus...
Depois da igreja, me juntei com os meus amigos.
-Que manchas são essas em suas pernas Renato? –Perguntei.
-Nada.
-Vamos furtar manga na casa do desembargador. –fala Felipe.
-Mas somos coroinhas. –Fala Cláudio.
Entramos na casa, pulando o muro, na varanda da casa tinha várias árvores frutíferas ao redor da casa toda pintada de branco, cheia de cômodos. Subimos na mangueira e começamos a tirar a camisa para enrolar as mangas.
-Ladrões!Saiam da minha varanda, largue as minhas mangas. –Era ela, com a vassoura na mão.
Não tive tempo para admirar a beleza dela, pulei o muro junto com os outros, deixando algumas mangas caídas pelo caminho com a correria.
Voltei para casa, lá estava minha mãe conversando com D. Justina, uma senhora gorda, velha, com dois grandes sinais, um na bochecha, outro na testa. Ela era costureira, viúva, a coitada perdeu seu marido ainda jovem, ele morreu de varíola, ele era farmacêutico, que ironia.
Ela sempre fala dele, para ela, ele era um santo, filho de portugueses, ela dizia que sentia falta do fogo lusitano dele, acho que por isso ela agora só faz buxixo, fofoca, ti-ti-ti, falando mal de todo mundo.
Comecei a descascar as mangas para fazer o suco e a escutar a conversa delas.
-Estou precisando de uns vestidos, estes estão apertados, tenho impressão de estar gorda. –Fala minha mãe.
-Está mesmo, olhe que podem dizer que você está de barriga! Do jeito que existe maldade nessas pessoas, todo mundo um dia pode estar na boca do povo. Não sabemos o que pode passar na cabeça dos outros.
-Deus me livre estar prenha, eu já criei os meus filhos.
-Nem filhos eu e o santo do meu falecido marido chegamos a ter, Deus o levou tão cedo!
-Fiz um bolinho para a senhora.
-Não precisava se incomodar minha querida. E o seu marido já arranjou emprego?
-Que! Ainda continua bebendo, eu morro de vergonha.
-Descobrir... Chegue mais perto, que Dona Conceição abandonou o marido.
-Meu Deus! Estou pasma!
-É como estão as coisas, não sei aonde vamos parar.
-D. Justina a senhora sabe o nome do casal que chegou esta semana? Só sei que ele é desembargador!
-Ela se chama Marisa e ele Alberto Messa.
Agora já sabia o nome desta linda mulher.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Palavras cruzadas

"Grosseiro; desmarcado (fig.)", com 6 letras... Putz, é a última palavra. A 2ª letra é "R", a 3ª "A" e a 4ª, "S".
_ R A S _ _.
Não sei... Não faço ideia.
Vou olhar na resposta. NÃO! Não pode.
Assim não tem graça. Vou pensar mais um pouco.
Mas qual é o problema? Não posso deixar a cruzada incompleta.
Mas não posso olhar a resposta. Nunca olhei.
Vou deixar pra depois. Isso, outra hora eu continuo...
Mas saber que a página ficará assim, faltante, inacabada, me incomoda profundamente.
E se eu a esqueço?! E se resolvo passar para a próxima, termino a revista achando que concluí todos os desafios?
E se jogo a revista de palavras cruzadas fora? Com uma palavra faltando?!
Não! Não posso. Não consigo. Deixa eu pensar. Vou encontrar a resposta.
_ R A S _ _.
Aff... que droga! E se eu olhar no dicionário?
Também não pode. É colar do mesmo jeito.
Isso nunca aconteceu comigo antes. O que está errado?
Não estou mais conseguindo lidar com esta pressão. Não suporto mais. Vou ver a resposta.
Ninguém vai ficar sabendo.
Na verdade, EU vou ficar sabendo. E não vou me perdoar por isso.
Ter roubado nas palavras cruzadas me atormentará por dias, por meses. Por toda minha vida!
O que meus amigos dirão? Minha família? O que direi para meus filhos?
Estou decidido. Nunca imaginei que este momento chegaria... (respiro fundo)
Aos poucos vou abrindo a página, os olhos cerrados, como que evitando visualizar as letras, procuram o local exato da resposta.
C R A S S O.
Pronto. Consegui.
Ufa... Que alívio!
Um peso tirado das costas.
Que sentimento de liberdade! Que felicidade!
Eu sei que errei, mas não me arrependo. Poder contemplar a página de palavras cruzadas finalizada me absolve de qualquer crime.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Desmont


1
Alguma esquina, algum dia, alguma cidade.
Um garoto, uma porta, uma esperança:
Desmont era um garoto tranquilo, inteligente e, acima de tudo, esforçado. Corria atrás do que queria e não descansava até que conseguisse. Era imaginativo, criativo, espontâneo; procurava fazer algo novo todos os dias. Mas tinha muita dificuldade. Grande parte por causa de seu distúrbio: sofria de síndrome de down.
Na escola, era destaque. Seu senso de humor conquistava colegas e professores. De toda a turma, era o mais maduro. Sua mãe era costureira e não conseguia pagar as contas, então ele trabalhava como entregador de jornal. Acordava as 4:30 todos os dias, pegava os jornais na central, entregava nas sonolentas portas fechadas das casas, enfrentando chuvas, frios e ventos.
Mas Desmont tinha um grande sonho: Queria ser escritor.
Na escola acessava a internet e, com medo que alguém descobrisse e roubasse suas histórias, utilizou um pseudônimo para colocar seus poemas e novelas em um site. Suas histórias ganharam uma certa repercussão e criticas positivas. Ele se sentia tão feliz e entusiasmado. Acordava cedo, trabalhava e ia direto para a escola. Voltava, cozinhava para sua mãe e voltava a pé para a escola para escrever na internet.
Um homem fizera contato com ele, dizendo que gostou muito das histórias (que eram realmente, dignas de grandes nomes da literatura) e queria publica-las em sua editora, bastava que ele fosse até sua casa e levasse os textos impressos com as devidas correções ortográficas.
Desmont viveu, então, o dia mais feliz de sua vida. Sabia que as coisas iam dar certas como recompensa pelo seus esforços. Já se imaginava como um escritor famoso, recebendo prêmios, entrevistas, documentários: quem diria, um "deficiente" escrevendo. Pontualmente, como sempre, foi até a casa do dono da editora.
Alguma esquina, algum dia, alguma cidade.
Um garoto, uma porta, uma esperança:
- Bom dia, meu nome é Des.... - A porta fechou-se.

2
Uma semana depois, um livro foi lançado na editora local. Desmont entrou em depressão quando viu na banca um livro de uma história do mesmo nome que a sua... que possuía os mesmos personagens....cenários.... deixara o livro cair quando percebeu que tinham pego sua história. Estranhamente, o autor tinha o mesmo sobrenome do dono da editora. A história foi premiada e permitiu que o suposto autor de "O Reflexo Destrutivo" fizesse carreira em um país europeu.


Desmont desapareceu na semana seguinte.






É estranho quando as coisas não acontecem como esperamos
e a única coisa que podemos fazer é conviver com isso.










ou não



fim do capítulo 7, ao mundo dos sonhos continua...


O mestre -Capítulo 1.

18 anos atrás.


Um rapaz de cabelos castanhos, franzino, branco, alto e de óculos e barba, se encontra num hospital, ver as pessoas sentadas em macas no corredor e outras no chão suplicando por ajuda, pessoas chorando, pessoas indignadas com situação vivente, pessoas indiferentes ao outro.
Ele desejou nunca precisar de um hospital público, quantos morrem sem ser socorridos.Chega um paciente com ferimento a bala e sai mais um óbito embalado num plástico.
Era uma imagem que não dá para tirar da cabeça, um caleidoscópio de vidas.Quantos morrerão para se dar um jeito na saúde pública? Felizes os que tem saúde de ferro.
-Ana Tornório se encontra?
-Não. - a recepcionista fala lixando as unhas.
-Amor.
Aparece uma linda mulher branca, alta, de cabelos castanhos encaracolados até os ombros.
-Obrigada Elisa.
Se beijam.
-Vamos a um lugar reservado.
-A lanchonete.
Se dirigem a lanchonete
-Fala o que você veio fazer aqui.
-Sabe a viagem a Trancoso...
-Sim.
-Não vai dá, é muito caro, não vamos passar a lua- de - mel em Trancoso.
-Está bem.
-Jura que não vai ficar sentida em não poder ir a Trancoso?
-Juro. Mas não entendo, você estava economizando dinheiro para a viagem.
-Eu fui demitido..., o sacana do meu chefe me demitiu, eu ganhava uma mixaria naquela droga, contensão de despesas, eles cada vez mais ricos e nós cada vez mais pobres. O dinheiro que economizei é para pagar o aluguel da nossa casa, já que não sei quando vou encontrar emprego.
-Ta, mas eu sou enfermeira e não ganho tão mal assim, eu posso ajudar.
-Não, eu pago o vestido e a aliança, eu faço questão.
-Que machismo idiota Pedro.
-Será que eu não posso querer pagar o vestido da minha futura esposa?
-Ta, está bem. E a sua roupa?
-O meu irmão vai emprestar o terno dele.
-O seu irmão já foi casado?
-Já, mas a história é complicada, ela o traiu.
-Ah! Vamos pra minha casa, tô com saudade. - ela alisa o rosto dele.
-Adoraria ir, mas tenho que sacar a aposentadoria da minha mãe.
Ele saiu e pegou um ônibus, ele detestava ônibus, pois sempre o encontrava cheio e todos achavam que por ele ser magro não ocupava espaço e o apertava , isso quando não vinha uma gorda passava entre os passageiros dizendo a maldita frase:" Lincencinha, desculpa."
E quando encontrava banco vazio ele tinha que oferecer o banco para um idoso, gestante ou uma criança. Por isso ele decidiu ficar em pé mesmo que o ônibus estivesse vazio.
Ele ver pela janela o irmão como homem sanduíche. Que porcaria de vida, ele odiava a vida pobre que ele tinha, ainda desempregado.
Ele não acreditava que na Suíça as pessoas se suicidavam por ter tudo e não ter por batalhar por nada. Ele gostaria de nascer na Suíça, com certeza essas pessoas se arrependeriam do que fizeram se nascessem no Brasil.
Ele saltou e começou a chover, ele foi ao caixa e a fila estava enorme, ele detestava filas.
Pegou o dinheiro e foi assaltado, levaram o dinheiro todo, ele agora participava das estatísticas de Salvador. Como ele vai chegar em casa e dizer a mãe que perdeu tudo, era o que ele pensava agora.
Ele ao chegar em casa encontra o irmão dormindo na mesa ao lado de uma pilha de livros, o coitado se esforçava tanto para ter um curso superior.
Ele vai no quarto da mãe e a encontra caída no chão.
-Mãe! -chorando -Paulo, socorro!
Ele voltou ao hospital e reviu aquilo tudo que ele desejou esquecer, para ele esse dia tinha sido o pior dia da sua vida. Ele ver o irmão dormindo no banco, ninguém aparecia para dá uma notícia e a mãe sentada num banco com um anabolizado.
Depois de três horas ele foi falar com o médico.
-Minha mãe vai morrer doutor?
-Ela está na UTI, ela fumou por muitos anos, o pulmão está comprometido, farei tudo que for possível.
-Posso vê-la?
-Não, só amanhã.
-Salve minha mãe doutor.
Ele desejou que fosse rico, porque se fosse rico sua mãe não estaria passando por isso, teria condições de dá uma saúde melhor para a mãe.
No dia seguinte ao chegar ao hospital é informado do falecimento da mãe.
Passa algumas semanas e ocorre o casamento de Ana e Pedro, uma celebração simples, de acordo com a condição social e econômica deles.

A mulher do desembargador.

A história que vou lhes contar se passou exatamente em 1956, tinha eu 15 anos de idade. Naquele ano exatamente tinha acabado de se mudar um senhor gordo, baixo, barbudo, com uma careca, com uma cabeça enorme, e os poucos cabelos que lhe sobravam eram brancos, e era desembargador! E sua esposa, uma senhora alta, de cabelos e olhos castanhos, de nariz arrebitado, de aparência jovem, bonita, aliás muito bonita, não parecia ser feliz, aparentava ser uma mulher submissa, dedicada, atenciosa ao marido, mas dava para ver em seus olhos que era mal amada, mal amada.
Estava andando de bicicleta quando a vi pela primeira vez, meu coração palpitou, tive a sensação de ter sido engolido pelo chão, não via mais ninguém, a não ser ela e a aberração do seu marido. Não ouvia o que meus amigos falavam, mas depois acordei, quando eles entraram na casa, seguido pela voz do meu amigo Felipe.
-Você não acha Pedro que ela tem um belo par de seios?
-Respeite, ela é uma senhora casada.
-Muito linda para estar casada com aquela coisa.
-Ela deve amar muito seu marido. – Falou Cláudio, outro amigo meu.
-É deve amar muito seu marido. –Falei desconsolado.
-Vamos para a República do Lar. –Fala Felipe para irmos até um orfanato.
-Eu não vou, tenho que voltar para casa.
-O que tem para você fazer lá? –Pergunta outro dos meus amigos, Renato.
-Tenho que ajudar o meu tio na barbearia.
-Então até, vamos. - E se vão depois de Felipe falar.
São Paulo esta cidade que abriga tantas pessoas, entre elas uma senhora que não é feliz, apesar de ser muito dedicada, submissa, atenciosa ao marido, ela não era feliz, isso martelou na minha cabeça até a minha chegada em casa.
-Boa tarde.
-Só sabe agora ficar na rua, parecendo que não tem família. –Era a minha mãe falando, jovem, mas aparentava ser velha, do que adianta ser jovem, se aparentava ser velha, jovem, porém velha na aparência.
-Desculpa, estava com uns amigos.
-Vai suba, tome um banho, que vou colocar a mesa.
O nome dela, Augusta, ela só tinha eu e minha irmã, Maria Bárbara, de apena 6 anos, eu tinha um pai, desempregado, Eduardo, que por causa da vergonha que ele sentia em não poder sustentar a família com o seu trabalho, afoga a humilhação no álcool.
É triste admitir que seu pai seja um alcoólatra.
Subi para o meu quarto, abrir a janela e peguei um binóculo, a casa do desembargador ficava de frente para a minha.
E comecei a observar, ela tirou o sapato dele e colocou os pés dele na bacia com água, depois ela se levantou e tirou o paletó dele, folgou a gravata e desabotôo a camisa dele e depois levou uma bandeja para ele, e ele bebeu o líquido que estava no copo, este depois se levantou e entrou em outro cômodo da casa. Ela subiu as escadas e foi para um quarto e começou a desabotoar a blusa, abaixa a saia, e tirou a parte de cima da roupa intima, e vi as costas dela, que eram lindas, ela foi até o guarda-roupa, e tirou um roupão, se vestiu, tirou as duas presilhas do cabelo e foi até a janela e fechou a cortina.
Tive inveja do desembargador, ele tinha uma bela mulher em sua cama todas as noites. Mas ela não tinha um belo homem em sua cama.
No final da tarde fui até a barbearia do meu tio Almir. Eu estava fazendo a barba de um guarda, o senhor Marcos Ventura, mas todos o chamavam de o guarda Ventura, era um senhor alto, de cabelos castanhos e tinha barba, claro, e um par de olhos azuis, estava conversando com um senhor de cabelos brancos.
-Viu a senhora que acabou de chegar, não é muito bela?- Pergunta o guarda Ventura.
-É casada com desembargador.
-Aquele homem gordo!
-Isso mesmo!
-Deixa pelo menos ela ver os meus olhos, vai ficar doidinha por mim. Ai tu arrancou a minha pele infeliz!
-Desculpa.
-Deixa que eu continuo Pedro. – Tio Almir.
-É nisso que dar deixar frangos fazerem serviços de homem.
Eu me retirei depois de ter ferido o guarda Ventura com a navalha. Depois o meu tio foi falar comigo.
-O que deu em você?
-Eu não percebi.
-Quase cortava o rosto do guarda Ventura.
-Não cortou?
-Não, felizmente.
-Que bom...
-Vai, aqui seu dinheiro.
-Tchau tio Almir.
Cheguei em casa.
-Aqui o dinheiro mãe.
-O seu pai até agora não colocou os pés dentro de casa, deve estar bebendo.
-Maria Bárbara já estar dormindo?
-Já, vai deitar filho.
Fui para o meu quarto, peguei o binóculo, o desembargador estava na cama, ocupando ela toda com a sua gordura. Ela apareceu com os cabelos soltos e com uma camisola branca, deitou-se ao lado dele e a luz foi apagada.
Me deitei, mas não dormir, o meu pai tinha chegado bêbado em casa e tinha batido na minha mãe. Eu me perguntei a noite toda porque ela não reagia, aceitava apanhar de papai.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

A imponderabilidade do AGORA

O Agora é o único tempo que existe. O Agora é eterno.

Se nossa mente coloca-se no passado ou no futuro, nós nos desligamos da Consciência Divina e perdemos o contato com o Infinito.

Imagine um disco rodando. O centro dele está sempre no mesmo lugar, enquanto que qualquer outro ponto, movimenta-se. Se há movimento, há mudança; ou seja, esse ponto passa a ser relativo e não absoluto.

O único lugar absoluto no disco é o centro. O Universo é Absoluto, portanto para estarmos conectados com a Divindade, precisamos estar centrados. Mas o que é exatamente estar centrado ?

Estarmos centrados significa estarmos vivendo o Agora. Se estamos com as nossas mentes posicionadas no passado ou no futuro, ou seja, se estamos lembrando, relembrando e remoendo fatos passados ou se estamos ocupados e preocupados com o futuro, estamos fora do centro.

Estar centrado significa estar com a mente vazia e vivendo o momento atual. Assim, ao surgir qualquer situação a ser resolvida, a Consciência Divina poderá nos orientar pois estaremos abertos e conectados ao momentum do Universo.

Estar no centro é estar no nada, é ser imponderável, é não poder ser medido. Um ponto não tem dimensão, ou seja, não tem altura, não tem largura nem profundidade. Se estamos fora do centro passamos a ter distância e perdemos a imponderabilidade. 

No simbolo do Tao,o Tei-Gi, o único lugar que não é Yin nem Yang é o centro.

No Tao Te Ching, Livro do Caminho e da Virtude, escrito por Lao Tsé cerca de 600 anos A.C., constam os seguintes versos no Cap. 11 :

Trinta raios convergem para o meio de uma roda
Mas é o buraco em que vai entrar o eixo que a torna útil.

Molda-se o barro para fazer um vaso;
É o espaço dentro dele que o torna útil.

Fazem-se portas e janelas para um quarto;
São os buracos que o tornam útil.

Por isso, a vantagem do que está lá
Assenta exclusivamente
na utilidade do que lá não está.

Ao permanecer no vazio do Agora, somos úteis à nós mesmos, aos outros e ao Universo.

Estando fora do Agora, somos não-úteis.

Coloque-se no centro vivendo sempre o eterno Agora !

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

O plano


O ano era de 1985. E quando o general Augusto Gimenez não esperava mais problemas além dos que enfrentava em seu âmbito político, chegava a notícia da gravidez de sua filha Carmen. Para o militar ela seria sempre sua garotinha, e por mais que a moça já passasse dos 22 anos, sempre fora tratada como uma criança. Uma criança mimada, que sempre abusava da boa vontade do pai para obter de tudo o que quisesse, não vendo limite para seus anseios. E para isso, Carmen sempre se mostrava a mais inocente e delicada filha que um pai poderia ter. Porém não fazia questão de esconder seu verdadeiro lado quando ele não estivesse presente.
Os empregados da casa a odiavam. Eram constantes as humilhações das mais diversas. Carmen sentia-se como uma princesa em seu castelo, guilhotinando diariamente seus vassalos para seu próprio divertimento. E seu pai era o próprio rei, que não possuía outra função senão a de ostentar a coroa até que chegasse sua vez de assumir o império. Mas os dias de realeza estavam prestes a acabar quando o general Augusto resolveu encaminhar sua santinha para um colégio interno de freiras.
Pela primeira vez Carmen despertou de seu mundo fantástico. Sua ira era tamanha que saiu perambulando pelas ruas esbravejando o ódio por seu pai. E numa desesperada tentativa vingativa, resolveu se envolver com o primeiro garoto idiota que aparecesse em seu caminho, apenas para provocar o general. E eis que Deus, Destino, Jeová, Pokemón, ou qualquer outro Ser mítico-sacana que se acredita governar nossas vidas atendeu literalmente aos pensamentos de Carmen, que naquele exato instante esbarrou em Leonardo.
Tão óbvio quanto Leonardo se encantar pela inocente e delicada filha de Augusto era o general manter com ainda mais firmeza a decisão de enviar Carmen a um convento. E a moça, que herdara os genes autoritários do pai, tinha ainda mais anseio em continuar com sua peculiar retaliação. E percebendo que Augusto não cederia a suas investidas, Carmen compreendeu que haveria apenas um motivo que a libertaria do monastério. Quando o general Augusto Gimenez não esperava mais problemas além dos que enfrentava em seu âmbito político, chegava a notícia da gravidez de sua filha Carmen.
Assim que descobriu, o militar exigiu que Leonardo se casasse com sua inocente menina. Na verdade, pensou em mandar matar o rapaz, mas não seria bom ver a filha criar sua neta sozinha. Marina, a filha do casal, chegou ao final daquele ano. Leonardo irradiava alegria e orgulho. Já Carmen não dividia o mesmo sentimento.
Porém o que aparentava enfim ser a solução de seus problemas apresentava-se como o início de outros piores. A nova família fora expulsa da casa do general Augusto. Para ele a confiança em Carmen, que naquele estágio já nem era mais considerada sua filha, fora definitivamente perdida, acabando com as mordomias com as quais a mulher contava. Além disso, o general dividia seu desprezo com seu genro. Apenas sua neta Marina escapava de sua aversão, pois acreditava que a menina não tinha culpa em nada.
A vingança é um prato que se come frio, e Carmen sabia exatamente o significado deste provérbio. Arquitetara meticulosamente o plano que resolveria sua vida para sempre. A princesa estava decidida a seqüestrar e torturar o rei. E para isso contava com o auxílio de seu primo Daniel, policial militar, o carrasco responsável por colocar a idéia em prática, e Leonardo, o bobo da corte que levaria a culpa pelo atentado. Evidentemente o marido de Carmen não fora informado do desfecho da ação, participando por imposição de sua esposa.
Na noite combinada, o grupo invadiu a casa do general enquanto ele dormia. Daniel desferiu uma pancada na cabeça do senhor com um cacetete. O desfalecido corpo do senhor foi movido até o porta-malas de um carro e levado até o local de seu cativeiro. Leonardo estava aflito. Sabia que aquilo não acabaria bem...


Carmen está disposta a coisas muito piores para conseguir colocar a mão na herança de seu sogro. Descubra do que ela é capaz de fazer em http://quemmatouantonio.blogspot.com/

Ao mundo dos sonhos - interlúdio IV

Procura-se

Após um longo tempo em sua rotina diabólica
Após ter perdido a noção de tempo e de realidade
Renato começou a notar que as noites na ilha desapareceram

Após o trabalho, entrava na casa da bruxa e dormia
Após o descanso ele sempre encontrava de novo a claridade
Renato começava a perceber que já não estava são

Após lhe dizer que as noites estavam lá, ele que não via
Após meras tentativas de não de dormir afim de comprovar a verdade
Renato começa a perceber o grande erro que foi atravessar a ferida de feixe

Após perceber que aquele rapaz já não rendia o mesmo que antes
Após cansar-se de suas lamentações, a bruxa decidiu lhe dizer com sinceridade
Renato começou, então, a entender que não mais veria Carolina ou sua tão querida cidade

.
.
.

Em uma certa manhã, tarde ou noite
Algo mudou na ilha
Um poste de luz se instalou magicamente na praia
E uma foto de um homem com a palavra "Procura-se"
Era John "Flanela" Whye
Renato coçou o queixo e imaginou já ter visto aquele rosto antes
Não lembrou e continuou a fazer seu trabalho

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Ao mundo dos sonhos - interlúdio III

Mago


[Carolina]
Pelos céus, pare me seguir
Se tens algo a me dizer, essa é a hora
Estou cansada dessa perseguição
Fale o por quê disso tudo ou vá embora

[Mago]
Eu sou Mago, verdadeiro senhor dessas terras
Estou aqui para te ajudar.

[Carolina]
Veio para me ajudar a voltar para casa?

[Mago]
Receio que não tão cedo você poderá voltar

[Carolina]
Então não temos nada a conversar.

Carolina deu fim àquela discussão
Apesar de tudo, ainda estava com pressa
Mas o homem tinha uma carta na manga
Um argumento que a fez voltar a conversa

[Mago]
Ainda quer saber o que o homem-estrela ia dizer?
Bem, olhe para aquele mar
Estava vendo aquele ponto movendo-se rapidamente?
Lá está uma criatura chamada Gobbledigook que tem algo para te entregar
O homem-estrela, bem, era eu
Invadi seus sonhos, pois é importante a sua vinda para cá
Então agora lhe restam duas opções:
Ou continua a busca pífia pela mulher que lhe trará
Sofrimento e não a levará para casa
Ou encontra Gobbledigook e sua entrega,
acaba com seu lamento e sua árdua jornada

[Carolina]
Já me decidi,
Estou fatigada dessa história
Não vim para cá por vontade própria
Encontrarei Sydra e voltarei para casa

domingo, 29 de novembro de 2009

Rota 21 -Capítulo 10 ( Final).

Contagem (Minas Gerais) – 25 de fevereiro, Quarta-feira de Cinzas; 9h.



Um padre velinho e barbudo está ministrando uma missa.
-Em nome do pai, do filho...
Entram Caetano e Sílvia com policiais, todos se viram para a porta da igreja. Caetano sobe ao altar e algema o padre.
-O senhor está preso, senhor Sérgio de Melo Trindade.
Os fiéis ficam indignados.
-Ele não é padre senhores, é um traficante procurado. –Sílvia.
Caetano tira a barba postiça de Sérgio.
-Fim de linha doutor. –Caetano.
Ele é colocado no camburão da viatura.
Na delegacia, Pedro Archanjo ver Aristóteles retirando suas coisas.
-Fui afastado, agora vou pra casa, quem sabe dançar com minha esposa Detalhes de Roberto Carlos. Há tempo que não danço com minha esposa.
-Vamos a um barzinho gente comemorar a prisão de Sérgio de Melo Trindade. – propõe Sílvia ao chegar com Caetano.
-Estou indo embora. –Aristóteles abraça os dois.
-Eu não posso, eu vou visitar uma pessoa. – diz Archanjo.
-Então babou, eu iria antes mesmo levar uma pessoa de volta pra casa.
Sílvia leva Yasmim de volta pra casa, ela ao entrar ver os pais que a abraçam a lágrimas.
Sílvia o olha e se emociona.
-Minha filha. – a mãe.
-Nunca mais faça isso. – o pai.
Yasmim ver os pais da sua amiga, Ângela. Ela os abraça.
-Lamento a polícia até agora não encontrou o corpo da sua filha. – fala Sílvia.
Aristóteles chega em casa e é abraçado pelos filhos e esposa.
-Ao papai tudo! – grita o filho.
-Obrigado.
-Fiz a torta que você tanto gosta querido. – a esposa.
Depois olham os vídeos da família, todos juntos, ele se emociona.
-Não é justo esquecer isso, os dias mais felizes da minha vida.
Pedro Archanjo toca a campainha da casa de Lara. Ela abre a porta.
-Pedro Archanjo.
-Tá ocupada essa noite?
-Não.
-Eu gostaria de saber se você...
-Está me convidando para sair?
-Sim, estou. – sorrir – Aceita?
-Claro. Por que não?
Sílvia está num bar, chega Caetano.
-Achou que iria comemorar sozinha?
Ela sorrir.
-Os exames não deram nada. Você está ótima graças a Deus. Amor você se arriscou muito se tornando cobaia disso.
-Mas se não fizesse isso, não prenderíamos Sérgio e tantos outros envolvidos. O esquema era muito grande, e ainda têm outros que nem foram presos. Só lamento as vidas que perdemos. Amanhã começa tudo de novo.
-Mas na próxima semana saem a s nossas férias. Que tal viajarmos?
-Qualquer lugar menos Nova Iorque. – sorrir.
-Agora podemos voltar pra casa e tomar um banho de banheira juntos. Que tal?
-Achei a idéia maravilhosa.
Cosme chega em casa, abre a porta e Paula quebra um jarro na cabeça dele e foge com uma mochila deixando a porta aberta.
Ela vai ao porto da Barra, tira algumas notas da mochila e guarda na carteira, o resto ela joga no mar. Ela olha as ondas levando o dinheiro.
Ela se lembra do dia que colocou o dinheiro na carroceria do caminhão de Cosme e Damião, estava com um casaco que escondia o rosto.
Depois se lembrou no dia que contou que estava grávida a Cosme, antes dele entrar, ela provocou o vômito introduzindo um dos dedos na boca, antes comprou um teste de farmácia e pediu a uma vizinha que estava grávida que fizesse o teste.
Ela está com uma peruca loira na Rodoviária de Salvador, ela entra no ônibus. Não entende porque está triste, desconhecia o significado do amor. Passa pelos passageiros, estava sentindo a falta de Cosme. Senta-se.
O ônibus parte, uma mãe no ônibus começa a cantar uma música para a sua filha dormir, Paula começa a chorar, era a música que a sua mãe cantava para ela na infância.
Perdeu a infância muito cedo. A mãe fica inválida depois de derrame, o pai desempregado, ela aos 14 anos começa a fazer vida para sustentar os pais. Os pais ao descobrirem como ela ganhava o dinheiro a expulsam de casa. Ela depois para no calçadão.
Ela não sabia, iria para a Cidade do Porto, em Portugal, fazer o que a vida permitiu que ela aprendesse, a se prostituir.
Carolina no pátio do presídio ver os filhos de umas presas brincando no pátio. Ela alisa a barriga.
Lembra-se de Paulo, das frases que ele dizia a ela quando a conheceu, quando ainda era casada, “Você é linda, uma deusa.”, “Te amo”, “Você é perfeita, o seu rosto é de princesa”. Abraça-se, os seus olhos se enchem de lágrimas.
Robson no centro de recuperação para drogados, está na cela, nu, deitado no chão de bruços, chorando.
Rafael na sala de visita recebe a esposa e a filha careca e o filho na cadeira de rodas. A esposa a alisa o rosto do marido e entrega uma Bíblia a ele.
A mãe de Pérola olha a foto da filha, está chorando, é consolada pelo ex-marido, ela deita a cabeça dela no ombro dele.
No cemitério entre vários túmulos o de Luís André.
No oceano afundando o corpo de Renato.
Num parquinho, sentada num banco, Bárbara olha as famílias juntas, reunidas, felizes e ela sozinha.
Lembra-se da infância, desejou que voltasse a ser criança, nessa época não sabia o que os pais faziam, era inocente, brincando na varanda da casa com a sua mãe. Estava mais segura no útero da mãe do que agora.
Cosme anda descalço pela Paralela, enxuga as lágrimas com as costas das mãos. Anda pela passarela sem rumo. Tapa a boca com o braço. Deita na grama, olha o céu.
A polícia acha na construção abandonada o corpo de Damião.
Dançam Aristóteles e a esposa Detalhes de Roberto Carlos.
Na banheira, abraçados, juntinhos, Sílvia e Caetano.
Lara e Pedro Archanjo no restaurante conversando como velhos amigos. Quando ele pega na mão dela.
Por fim, Branca e outras detentas vão falar com outra presidiária.
-Mostre a ela qual o pagamento dela por ter dedurado nós. – Branca.
As outras chutam a mulher e Branca olhando tudo. Chegam as carcereiras, elas se afastam inclusive Branca.
Deixando a mulher caída no chão.
-O que está acontecendo aqui? – pergunta a carcereira.
-Não sei de nada. – Branca.
Os policiais queimam a cocaína apreendida, enquanto a droga vira cinza eles sabem que vai aparecer outro, outro e outro. Crianças serão seduzidas pelo tráfico. Vidas e famílias destruídas até o governo tomar a decisão de acabar com isso, vendo onde está o problema, a falta de uma escola que eduque e emprego para uma vida digna.





Salvador, 07/08/2008.
Virgilio Kruschewsky.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A redação

Na falta de criatividade, vou postar um texto infantil que escrevi em 2006 (aos 17 anos), quando um professor de Português pediu uma redação com tema livre, sentou-se em sua mesa e não fez mais p.... nenhuma até o fim da aula.


Sexta-feira. Última aula. Aí chega a dona Deodete e pede uma redação, tema livre, mínimo vinte linhas. O que passa pela cabeça de um professor ao pedir uma redação, tema livre, mínimo vinte linhas?! O que dava mais raiva era vê-la sentada em sua mesa, tranquila, folheando uma revista de cosméticos da Avon. Por acaso ela acha que é fácil escrever assim do nada, sem nenhuma proposta, ideia ou faísca que ajudasse a começar a redação?
Todos ao meu lado rabiscavam suas folhas. Aquilo me apressava a escrever também. Mas o que? "Minhas férias"? Não, muito manjado. Aliás, não teve nada de mais em minhas férias de meio de ano. Tv, futebol, video-game e dormir. E minha mãe reclamando. Não daria nem duas linhas. "Meu cachorro"? É, o 'Baruk' é legal. Tem até uma vida melhor que a minha. Vive na rua o dia inteiro, arranja um monte de namorada, e ninguém acha ruim. Minha vida é um tédio.
Meia hora para o fim da aula. o que eu faço? O que? "Alienígenas"? Não, eu não acredito. "Fantasmas"? Ah, esses sim. Eu até já vi um. Ninguém acredita, mas é verdade. "Dinossauros"? Faz tempo que não ligo mais pra isso. 'Jurassic Park' não me impressiona como antes.
Não consigo me concentrar direito. Todos esses cochichos, e tic-tacs, e tosses, e espirros, e o folhear da revista de cosméticos da Avon atrapalham meus pensamentos. "Meus brinquedos"? Muito simples. "A história do Brasil"? Muito complexo. Acho que é melhor eu esquecer isso e aproveitar a aula pra cochilar.
Já sei! "Corrupção". Foi o tema da aula anterior, de Geografia. Tá tudo na ponta da língua, quer dizer, do lápis. Vou começar ago... Ah, Não! O sinal. A aula já acabou? Que droga! Tô vendo que vou ficar de recuperação esse bimestre...


Na aula seguinte, o professor leu meu texto para toda a sala, disse que foi o melhor de todos e que tinha certeza que teria um futuro brilhante como escritor. Estou esperando...

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Ao Mundo dos sonhos - capítulo 6


Reencontro

1
O leão se desvencilhou de seu banquete, queria mais. Recomeçou a trotar para onde ouvia barulho, pois mal sabiam as crianças que ele não possuía a menor visão ou olfato e tinha uma séria carência em sua capacidade auditiva.

2
A criança-demônio esperou os jovens remanescentes correrem mais, estava se divertindo. Quando eles acharam que tinham o perdido de vista, pulou alto e voltou ao tubo de ventilação, por onde viera e por onde era muito mais rápido se locomover.

3
- É logo ali. - disse Rafael.
De longe, podia-se ver a luz da rua. A esperança despontava no coração de cada um deles; enfim tudo terminaria, pelo bem ou pelo mal. Avançavam pelo corredor, passando por uma porta que revelava uma sala escura e pequena, aparentemente uma despensa do zelador da escola. Somente Alice a percebeu, os outros dois conheciam a escola como a palma das próprias mãos, mas nunca se importaram com aquela sala em questão.
A luz da saída foi se tornando maior a medida em que se aproximavam, mas quando estavam perto o bastante para já ver a rua, o monstro que matara seus amigos desceu de um buraco no teto. Os jovens fizeram força para parar. Viraram para trás mas o leão já os alcançara, nem a sala do zelador servia como refúgio, estava do lado dele. Estavam aterrorizados: de um lado vinha um leão que não teria o menor receio em se servir de suas carnes, e de outro estava aquela criatura bizarra de propósito desconhecido.

De repente, a silhueta de um homem surgiu na rua por trás da criança-monstro. Ele portava um objeto grosso, como um bastão, e lhe aplicou um golpe de extrema violência na cabeça. O demônio permaneceu em pé, mas não conseguiu repelir o segundo golpe. O leão rugiu. O homem agarrou aquele ser estranho e, com muito esforço, o jogou ao leão. Como um animal treinado de circo, o selvagem felino abocanhou seu alimento no ar.

- Entrem na sala do zelador! Não é seguro sair da escola agora. E não digam nada, ele é meio surdo - Disse o homem. Alice reconheceu a voz talvez antes da primeira palavra. Era seu pai, o homem que a criou e a quem ela viu morto e veio resgatar. Se conteve em falar com ele e entrou na pequena sala do zelador com os outros dois. De dentro da sala, puderam ouvir o som da luta aparentemente injusta. Basicamente, o leão rugia e o homem gritava.
Os gritos e rugidos cessaram. Rafael abriu lentamente a porta e os três viram o homem em cima do leão, como um pistoleiro em cima de seu cavalo. Lúcia percebeu então como ele era parecido com Alice.

4
Tendo domado o leão gigante e salvo os alunos remanescentes, Antônio se dirigiu a eles.
- Ei garotos, vocês estão... - ele não conseguiu terminar a frase. Talvez pela emoção que tomou conta de sua concentração, talvez pela guria pendurada em seu pescoço, chorando. Alice sonhava com esse momento. Não conseguia respirar direito. Tentou mas não conseguiu dizer tudo o que planejava falar quando reencontrasse seu pai, o homem que a compreendeu, que a ensinou e incentivou a ser alguem.
- Alice, mas o que você está fazendo aqui? - Ele perguntou
- Eu vim te buscar
- E sua mãe, sabe?
- Não. Mas ela vai ficar bem
- Que bom. - Ele riu e a abraçou. - Garotos, fiquem na escola. Não é seguro lá fora, mas eu voltarei para buscá-los muito em breve. Levarei o leão.

Após um breve convencimento de que teriam que se separar de novo, Antônio se retirou. Alice estava se dirigindo de volta à sala, quando ouviu seu pai voltando às pressas.

- Alice, antes que eu vá, me diga mais uma coisa: Carolina também está aqui?
- Sim. É importante que ela tenha vindo?


- É crucial.

domingo, 22 de novembro de 2009

Rota 21 -Capítulo 9.

Nova iorque, 24 de fevereiro; 23:17
Chegam os homens no predio onde estão as meninas, Paulo e Carolina.
Eles estão negociando chegam, os policias, a troca de tiros e gritos. Carolina tira uma arma e Sílvia atira nela, atingindo no ombro, ela olha pra ela e cai no chão.
Paulo entra no quarto e traca a porta, os os são presos.
- Está bem ? – Pertgunta Caetano, o marido de Sílvia.
- Sim estou.
- vocês estão livres.
As meninas começam a chorar.
- Sai desse quarto Paulo Basto .
Ele no quarto coloca cocaina na siribga com uma liquido e aplica na veia. Arrombam a porta e encontram espumando e tremendo.
- Rápido.
Carolina ver eles levando o levando antes de apagar.
Ela acorda no leito de hospital e ver Sílvia.
- Seu nome é Sílva mesmo.
- Sim, so menti o sobrenome. Homicídio, ocultação de cadáver, formação de quadrilha, furto pirataria e trafico. Você vai pegar muito tempo de cadeia. E seu marido chegou morto no hospital.
Carolina começa a chorar.
- Descobrimos aqui que você está grávida já de dois meses.
Ela grita e deita na cama.
- Vou fazer de tudo para amenar sua pena se me ajudar.
Ela treme, entra o enfermeira e aplica uma injeção nela ela para e dormi.
Sílvia fica a olhando por algum tempo e se retira.
Aristóteles entra em um deposito, abre a caixa e tira uma cartela e pega um comprimido e o esfarela e cheira .
- Cocaina .
Os homens são presos.
Arrombam o apartamento onde estão Bárbara e Renato.
Ela é presa.
- O que está acontecendo ?
Renato tenta fujir pela janela, mas é jogado no chão e é preso.
Bárbara olha Renato algemado.
- Sabe que o que está acontecendo aqui menina ele trabalha para seu pai, é traficante de cocaina.
Bárbara e levada até um jatinho e Renato vai com Aristóteles no navio, e é algemado no mastro.
- Vamos dá um passeio.
Bárbara é levada ao hospital e entra a medica com o resultado
- Já posso sair daqui ?
- O seu exame deu possitivo para ovírus da AIDS.
Não pode ser. Ta errado ! Eu não sou soro possitivo.
-Fizemos o exame duas vezes. Pessoas com quem você envolveu tem vários parceiros e compartilham seringas.
-Sai.Vai embora!- ela chorando, se encosta numa parede e desce sentando no chão.
-tem pessoas que conseguem conviver com a AIDS, podem ter uma vida normal.
-Vida normal? Estou com uma sentença de morte nas costas. Eu vou morrer! – ela grita, coloca a mão na cabeça.
A m´dica a deixa sozinha.
No návio Renato conseguem soltar a algema olha para os lados, corre e pula, cai na água, começa anadar.Os policiais atiram nele.
-Voltem com o návio. – ordena Aristóteles.
-Não dá senhor.
-Droga.
Renato nada muito, está cansado, olha para todos os lados, nenhum sinal de terra firme, até o návio desaparecer na imensidão.
-Não! – grita e não é ouvido.
Branca é levada a sala de visita e ver a filha lá. Ela senta-se.
-Como foi em Paris?
-Eu não estava em Paris, fui para Milão com um dos homens do papai. Os nossos bens estão apreendidos. A senhora foi presa por tráfico.
-Uma injúria, só acharam 9 quilos comigo.
-Estou com AIDS.
Branca se levanta e se afasta da filha.
-Guardas!...Guardas!
-Eu sou sua filha! – ela grita.
-Eu não pedir que você se envolvesse com bandido.
-A senhora também é bandida.
Chegam os guardas.
-Me tirem daqui. – pede Branca.
Ela se retira com os guardas, Bárbara começa a chorar.
Cosme chega em casa e ver Manuela vomitando no vaso sanitário, a leva para o sofá.
-O que houve?
-Eu estou grávida. – mostra o teste de farmácia.
-É dele?
-Não.
-Mentira. Como você pode saber se é meu? Transou com os dois.
-É seu porra! – ela grita.
-Não, é dele.
-Seu cú.
-É dele.
-Se cú. Se não acredita em mim é melhor terminar. – ela chorando –Eu podia muito bem dizer que era dele, agora ele tá rico.
Ele toca na barriga dela, está com os olhos lacrimejados.
-Um filho. – sorrir –O que vai ser dele?
-Mate Damião. – ele olha para ela – Assim garantiremos um futuro para o nosso filho.
Depois se encontram com Damião que está cheio de ouro, terno e gravata.
-comprei presentes para vocês.
Um vestido para Manuela e um relógio para Cosme.
-Obrigado.
Manuela olha para Cosme.
Damião vai para um bar, sai já tarde da noite, a rua está deserta.
Cosme aparece atrás dele, Damião vira-se.
-Irmão.
Cosme levanta uma arma, está chorando.
-O que é isso? – Damião pergunta.
Mas Cosme não responde e começa a atirar um total de cinco tiros.
Damião cai no chão, se aproxima Manuela, Cosme se ajoelha.
Cosme e Manuela levam o corpo a uma construção abandonada e o deixam lá.
Depous voltam para a casa, na cama, ela sentada encostada na cabeceira da cama de calcinha e com uma blusa de botão aberta, Cosme só com um short, chorando deitado no colo de Manuela.
Pelo resto da madrugada Cosme treina a assinatura de Damião. Ela se aproxima para ver , comendo uma maçã.
No dia seguinte vão a agência, ele falsifica assinatura de Damião e pegam o dinheiro.
Lara chega ao hospital e não ver o noivo no leito. Ela vai falar com a enfermeira.
-Onde está o rapaz que estava nesse quarto?
-Foi transferido, acordou do coma, está fazendo uns exames.
Ela depois foi se encontrar com ele no novo quarto.
-Amor.
-Tudo bem?
-Tudo. Quanto tempo eu fiquei em coma?
-Cinco anos.
-Nossa! Quando sair marcamos de novo o nosso casamento.
Ela chorando.
-Não, não Fábio. Eu não vou casar com você.
-Está com outro homem?
-Claro que namorei outros homens enquanto você estava em coma. Eu pensei que você nunca mais iria acordar.
--Te amo. Eu paro de usar cocaína.
-Você não tem que parar por minha causa, e sim pela sua. Você perdeu cinco anos de sua vida, perdeu tantas coisas. Eu não te amo mais.
-Me disseram que você me visitava todos os dias. – ele chorando.
-Eu tive pena de você, agora só tenho um carinho fraternal por você. – vai alisar o rosto dele – Podemos ser amigos.
-Saia, não quero ser seu seu amigo. – ele vira o rosto.
Ela se retira.
Depois vai até a delegacia para entrevistar Pedro Archanjo.
-Pedro Archanjo?
-Sim. Quem é você?
-Sou do Tribuna Carioca. – oferece a mão.
-Não dou entrevistas para jornalistas. Vocês colocam os viciados, os traficantes fazendo uma história miraborante. Coneço tipos como você. Falam mal dos quew usam, mas não passam também de um bando viciados desde da época da faculdade.
-Você não pode julgar assim todos, ou acha que só tem gente boa na polícia?
Ele não responde.
-É só issso?
-É.
Ela se retira e encontra o colega de trabalho.
-Sujeito idiota.
-Não conseguiu a entrevista?
-Não.
-Já vou.
-tá.
Ele sai com a moto e ela entra no carro, mas o carro não pega.Ela sai, está vindo Pedro Archanjo.
-Com problemas?
-Não te interessa.
-Eu te dou carona. Mora aonde?
Ela o olha.
-Desculpa pelo o que eu disse.
-Está bem.
Ela entra no carro dele, ele a leva até em casa.
-Obrigado.
-de nada.
Ela sai do carro.
-Qual o seu nome?
Ela vira-se.
-Lara.
-Lara se quiser eu te dou a entrevista.
-Certo.
-Amanhã levo o seu carro para o conserto, eu pago, é uma forma de me desculpar por ter te destratado.
-Obrigado, mas eu gosto de pagar eu mesma minhas contas.
Ela entra e ele se retira.
Em casa, o rosto dela não saia da cabeça dele. Tinha um rosto angelical, branquinho, com um sinal perto da boca, parecia uma boneca de porcelana. Linda. O seu resto doce e meigo não parecia nada com seu jeito explossívo, rebelde. Lara... lara...lara ele dormiu repetindo o ome dessa lina mulher .
É marcada a acareação com o juíz com Dona Branca de Melo Trindade. A frente da Comarca está cheio de curiosos e jornalistas, entre eles, Lara e o seu colega .
Branca chega na viatura , tiram várias fotos , ela está de óculos escuros e algemada, ao lado dela o advogado.
- A senhora ganhava quanto traficando?
-É verdade que a senhora fabricava ternos recheados de cocaína.
-Deixem minha cliente por favor.
-O que a senhora tem a falar da conta na Suíça? –Lara pergunta.
Ela vai entrar na Comarca, vira-se e dá uma banana para a imprensa, esta retibui tirando9 fotos. Ela entra.
-Tirou a foto? –Lara pergunta ao colega.
-Tirei.
-Chega outra viatura, a multidão se dirige toda para o outro carro.
Saem Carolina, Rafael e Pedro Archanjo.
-Eles não irão responder nenhuma pergunta.
Eles vãso subindo a escada, ele ver Lara.
-Você aqui??
-É, sou igual ao senhor, não tenho direito a feriado. E você tá fazendo o que aí?
-Vim acompánhá-los. –Ele se retira.
Ela vira-se para o seu colega.
-Dê uma volta por toda Comarca. Temos que descobrir em que salas eles estão. E torcer que as janelas sejam trasparentes para fazer uma boa foto. Anda.
Ele se retira. Ela senta-se no gramado aguardando o fim da acareação.
Na sala aguardando ser chamada Branca com o seu advogado.
-Negue, sempre negue. A lei te protege.
-Espero. Que você está sendo muito muito bem pago. E já foi resolvido os problemas com os meus bens?
-Ainda estão apreendidos.
-E o meu marido?
-Nenhum sinal dele.
Ela é chamada.
-Vamos.
Ela entra na sala e senta-se.
-Senhora Branca de Melo Trindade, a senhora é acusada de tráfico de drogas, formação de quadrilha, lavagem de dinhero, sonegação fiscal. O que tem a dizer sobre essas acusações.
-São todas falsas meritissimo.
-Quando a senhora foi presa estava em posse com 9 quilos de cocaína. Tem uma conta conjunta em 50 milhões na Suíça com o seu marido.
-Eu não tenho nada haver com as sujeiras do meu marido.
-Ela é estilista meritissimo. –fala o advogado –Conhecida mundialmente.
-Fabricava ternos recheados com um quilo de cocaína , os desfiles não podiam ser filmados e as notas fiscais eram frias.
-Calúnia, estou sendo vítima dessa sociedade , eu posso ser muito bem uma usuária .
-A senhora convivia com o seu marido. Casada há 26 anos. E asenhora quer me dizer que não sabia de nada dos negócios do seu marido.
-O marido pode muito bem ser outra pessoa dentro de casa meritissimo.
-Ela foi presa em flagrante oferecendo cocaína para as suas clientes. A senhora também vendia nos seus desfiles no estrangeiro?
-eu não sei do que o merritissimo está dizendo.
-Entra Carolina Bastos.
Ela entra e senta-se de frente com Branca.
-O que é isso? Ela vai ser interrogada comigo? Nem a conheço. –se levanta.
-Contenha-se Dona Branca.
-Sente-se Branca. –o advogado.
-Carolina você é acusada de tráfico de drogas , homicídio,. Ocultação de cadáver, formação de quadrilha, crime contra o menor, furto, pirataria de jóias. O que tem a dizer sobre esses crimes.
Ela come3ça a chorar a chorar.
-Cometeu esses crimes Dona Carolina? Conhecia pessoalmente a senhora Branca?
Não, meritissimo. Só tive contato com o marido dela.
-A senhora matou o seu marido?
-Sim. Eu era muito infeliz com ele, me envolvi com paulo, me apaixonei por ele . ele pediu que fugisse com ele, mas tinha medo do meu marido, ele me espancava todos os dias. Até o dia em que taquei fogo nele vivo.
Branca começa a rir.
-Meritissimo, o senhor vai acreditar nessa historinha da carochinha.
-Dona Branca se dirija a mim quando eu pedir.
-branca cale-se. –pede o advogado.
-A senhora com o seu falecido amante entraram nos Estados Unidos com meninas recheadas de cocaína. Foi presa em flagrante negociando cocaína.
-Eu assumo os meus crimes.
-Que bonitinho e comovente. - Fala Branca.
-A senhora tinha conhecimento que era vendido cocaína nos desfiles da senhora Branca?
-Não, mas a quantidade de drogas no estoque, o plano miraborante e asituação suspeita.
-Vagabunda!
Branca se levanta e puxa os cabelos de Carolina.
-Vadia.
Policiais apartam a briga.
-Louca. –fala Carolina.
-Me soltem. Vocês estão diante de Branca de melo Trindade. Eu fiz história na moda.
E agora nas páginas criminais dona Branca. Recesso de uma hora. –ele se retira.
-Você estragou tudo Branca.
-Pois concerte. É pago pra isso.
Carolina é levada pelos policiais, está com sorriso nos lábios.
-O que foi? Pela quantidade de crimes que você tem . Você vai apodrecer na cadeia infeliz .
-Mas serão anos que pagarei satisfeita só em ver uma madame como você atrás das grades. –ela é retirada.
-Que sujeitos que o meu marido me obriga a conviver.
Carolina está saindo da Comarca.
-A senhora vai voltar pro hospital/
-ela está sendo levada para um presídio, lá aguardará o julgamento.
Entra no carro. A imprensa depois recebe um documento contendo a primeira parte da acareação.
-Nossa que sujeitinha baixa é a Dona Branca. Como eu queria ver ela descer do salto. –fala Lara.
-A senhora como tem uma conta conjunta com o seu marido e não sabe para que ela servia. Não é uma prova suficiente que a senhora fazia parte da quadrilha.
-Vamos. Continue. O que mais?
-Meritissimo, perdõe minha cliente, ela está nervosa.
-Quem te fornecia? Quem ordenava fabricar os ternos? Quem lucrava.
-Eu! Eu! Eu! Eu tenho dinheiro suficiente pra isso. Se eu quiser eu compro até essa Comarca. Quem garante que sua esposa ou filhos não compram droga na mão do meu marido. É um negócio como outro qualquer. Que país falso moralista. É terceiro mundo.
-branca.
-Me deixa. Me prendam logo. Dia ou menos dia eu vou está solta, tudo é uma questão de dinheiro nesse país.
O advogado se retira, ela senta-se.
-Parabéns Dona Branca nunca vi uma pessoa tão... bandida. Entre rafael paranhos.
-Tráfico de drogas, formação de quadrilha. O que tem a dizer sobre esses crimes?
-Eu os cometi.
-Não, só o marido.
-O senhor já tinha sido condenado por tráfico.
-sim, meritissimo.
-O senhor foi a Cuba, a China e a uma favela do Rio, onde hopuve troca de tiros com policiais e traficantes. Foi fazer o que nesses locais?
-Vender cocaína.
-Quanto Sérgio prometeu a você?
-10 milhões.
-Conheceu Pierre, Maria Clara e Paulo?
-Sim, eles também participaram da Rota 21.
-Que data você e os outros se reuniram para saber o plano?
-Cinco de fevereiro.
-Você se acha pior do que Dona Branca por ser de outra classe social, de outra cor. Mesmo que tenha cometido oi mesmo crime que ela tenha cometido o mesmo crime que ela.
Rafael olha para Branca.
-Não, tenho os mesmos direitos que ela e dizem que a justiça tem que ser imparcial.
-Dona Branca será levada a um presídio feminino e lá aguardará o seu julgamento que deve ocorrer até o fim desse ano. Rafael também será transferido para um presídio para aguardar o seu julgamento.
Eles são algemados e o juíz se retira. Ela é retirada da Comarca não escuta as perguntas dos jornalistas que são feitas a ela.Nem nota que está sendo fotografada.
Ela entra na viatura e é levada até a penitenciária, lá, ela tira os brincos, pulseiras, colar, presilha, se veste com a roupa de presidiária. É levada até a cela.
As colegas de cela a olham.
-o que estão olhando? Eu vou sair muito antes que vocês pensam, tenho dinheiro, muito dinheiro. Cadê a minha cama?
-tem pouco colchão, tem que dormir no chão boneca, se haver espaço no chão, porque aqui está lotado querida. Agora cale a boca.
Ela senta-se num canto da cela ao ver a grade teve a certeza que estava presa.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Ao mundo dos sonhos - interlúdio II

Jornada, árdua e dolorosa jornada

Carolina, totalmente confusa, só queria voltar para casa
Para sua vida pacata, simples em que nunca houvera problemas
Agora estava a andar lentamente por uma terra que nem mesmo sabia se existia
E o pior de tudo: sua pobre mente tão cansada de dilemas

Confiando cegamente na guardiã, seguiu em busca da mulher chamada Sydra
Nem sabia se ela poderia ou gostaria de ajuda-la
Mas não tinha opções, achar essa mulher era, aparentemente, a única saída
Andou durante meses, e conheceu lugares e pessoas em sua jornada

Irrevelantes a nossa história são os caminhos que ela percorreu
Mas saiba que ela enfrentou o que em nossa terra chamamos peleia
Visitou o país de gelo, desmascarou um homem que se denominava Deus
Passou pela cidade das máquinas, lhe devolveu a beleza da colheita

Mas havia algo que ela não percebeu, estava sendo seguida
Um homem que vestia sempre vermelho a observava nos lugares por onde ia
Quando notou sua presença, Carolina lembrou do que disse a guardiã e assim começou a corrida
Pelos céus, o que aquele ser estranho com ela queria?

Ela fugia, e o mago ia atrás
Se escondia, e ele desaparecia durante um tempo,
Quando achava que ele a perdeu, o homem aparecia, mas nunca se aproximava
Certo dia, ela cansou-se e o desafiou.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Ao mundo dos sonhos - interlúdio I

Carta de Renato para Carolina


A Carolina
Falta-me o ar
Falta-me o chão
Seu olhar, seguro
Falta-me a razão;
Falta-me o som
Calado, com medo de adormecer
com medo de acordar no vazio
Falta-me a escuridão
Sobra-me o mar
Sobra-me então
Saudades no coração

Renato








Carolina nunca receberia esta carta.

Uma coisa pra te contar

NOTA SOBRE A EXCLUSÃO DESTE POST:

Sou formado em produção audiovisual, transformei o conto que antes havia colocado aqui em roteiro e resolvi reunir a turma da faculdade para produzirmos este curta-metragem. E, por segurança, resolvi tirá-lo da internet (pelo menos por enquanto). Aos que não tiveram a oportunidade de lê-lo desculpas, mas em breve poderão assisti-lo.

Luiz Ricardo

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Ao Mundo dos sonhos - capítulo 5


Não encontrado
1

Renato acordou sentindo uma brisa leve balançando seu cabelo. Estava deitado em uma praia desprovida de provas de que alguma vez foi habitada. Não havia ondas, não havia animais vivos. Do outro lado de onde despontava o oceano se via somente areia, era uma ilha. Pequena e circular, era possível se ver todo o seu perímetro. A única forma de civilização era uma casa de madeira, no meio da ilha. Renato foi para lá e tocou na porta, mas ninguem atendeu. Então percebeu que a porta estava aberta.

- Olá, alguem em casa? - perguntou enquanto abria a porta. Era uma casa grande, por dentro, as paredes eram pintadas com cores vivas, sempre mescladas. Objetos muito estranhos situavam-se em cima de mesas de pedra cinza. Renato desconhecia a utilidade daqueles objetos, mas não deu importância. Repetiu o chamado, e recebeu como resposta um grunhido agudo.
- QUEM ESTÁ EM MINHA CASA?! - Uma voz idosa e arranhada perguntou
- Meu nome é Renato, e eu estou perdido, não sei como cheguei aqui - Mal ele terminou de dizer seu nome, uma moça veio correndo para o hall de entrada, com olhos arregalados. Renato a viu e reparou que apesar da voz, ela não aparentava ter uma idade mais avançada que sua própria irmã, que tinha 26 anos de idade.
- Faz muito tempo que uma pessoa além de mim não pisa nesta ilha, como você chegou aqui?
- Bem, eu atravessei uma ferida com algumas pessoas, algo assim. Mas não encontrei ninguem além de você.
- Você atravessou em grupo? - Ela perguntou com grande surpresa
- Sim.
- E sua visão?
- O que que tem minha visão?
- Não se faça de tolo, todos sabem que, salvando raras exceções, quando atravessamos perdemos cerca de metade da nossa visão. Você enxerga como enxergava antes de atravessar?
- Sim.
- Então você faz jus ao seu sangue real.
- Sangue real? Do que está falando? - Renato indagou

A mulher em sua frente o fitou pressionando os olhos, como se estivesse lendo sua mente. Então chegou a conclusão de que era inútil manter aquela conversa e que aquele rapaz em sua frente não era exatamente quem ela pensava que era.

- Desculpe, mas tenho pressa. Preciso encontrar uma garota chamada Carolina.

Então a mulher finalmente entendeu do que se tratava: aquele rapaz viera socorrer sua amiga como nos velhos contos de fadas, e como ninguem nunca fizera com ela. Em sua perversidade decidiu que não deixaria ele cumprir seu objetivo, e que iria "usar" de sua juventude com o último visitante de sua casa. Mas antes faria o rapaz sofrer, ó sim como faria. Por que ele não se importa com ela, não da maneira que ele se importa com a menina que veio buscar e isso é imperdoável. Riu-se em pensamentos e disse:

- Conheço ela sim, ela veio aqui esses dias. Você é bem vindo a minha casa e minha ilha. Mas se quer sair daqui e encontrar ela vai ter que me ajudar, se terminar o serviço que tenho para você, deixo voltar para onde veio e rever sua amiga. Estou realmente precisando de um sangue jovem aqui na ilha. Pode ser?
- Claro, ajudo no que a senhoria precisar. Mas tenho que admitir, tenho muita pressa.
- Tudo bem é um trabalho bem curto...


2
No primeiro dia em que esteve na ilha, a bruxa incumbiu Renato de retirar da praia que cercava o perímetro da ilha os resíduos de comida, animais mortos e outros objetos que ele não se atreveu a imaginar o que eram. Quando ele terminou, ela o alimentou e o fez descansar. No dia posterior, incrivelmente a praia estava igualmente suja, como se ele não tivesse feito nada, e ela o fez limpar novamente. Renato não tinha o que fazer, pois não tinha pra onde ir, e quando se recusava a trabalhar, a comer, ou a dormir, a bruxa sempre o lembrava de que se ele não ajudasse nunca mais veria Carolina, sempre com uma expressão de desgosto quando citava o nome da menina.

Renato permaneceu na ilha durante muito tempo. Sua barba cresceu, perdeu totalmente a noção do tempo e por diversas vezes tentou se suicidar, mas a bruxa sempre o salvava de algum modo. No quinto ano daquela terrível rotina, ele conheceu na ilha, uma tartaruga chamada Gobbledigook. Renato fez um trato com a bruxa que trabalharia em dobro se ela desse a ele um pedaço de papel, tinta e uma pena, para que mandasse uma carta. A bruxa aceitou; desconhecendo a existência da tartaruga, ela imaginou que Renato já não dominasse tão bem suas faculdades mentais, e que possivelmente escreveria uma carta e jogaria ao mar esperando que alguem o encontrasse. Renato escreveu a carta e deu a Gobledigook, que levou ao reino mais próximo e entregou a primeira pessoa que viu.

continua.... 'principalmente para Renato'

sábado, 14 de novembro de 2009

Rota 21- Capítulo 8.

Rio de janeiro, 22 de fevereiro- 19h 57 min.



Robson entra na delegacia.
-Eu vim me entregar.
Aristóteles e Pedro Archanjo quando souberam, mandaram que ele fosse levado para outro distrito de narcóticos.
Eles chegam, tem um vidro que dá para ver dentro da sala. Ele está sentado a uma mesa.
-Me deixe falar com ele. –pede Aristóteles
-Mas esse é o meu trabalho.
-Eu gostaria de falar com ele.
-Esta bem.
Aristóteles entra, Robson levanta a cabeça.
-Você participou da Rota 21? Foi o que você disse para ser preso.
-Sim. Eu fui para Cuba com Renato e depois Roraima pegar um caminhão que iria para Milão.
-Você já foi preso?
-Já. Matei o meu irmão. – começou a chorar.
-Por que está chorando?
-Foi um acidente.
-Acredita que muitos dizem isso?
-Eu sou usuário.
Aristóteles descruza os braços.
-Por que se entregou?
-Estou correndo risco, querem me matar.
-Você entrou na quadrilha em troca de droga?
-Não, seqüestraram uma pessoa com quem convivi na cadeia.
-Quem estava com você em Roraima?
-Renato Nodeva Avedon.
-É ele que está em Milão?
-Sim.
Carolina mostra uma aliança para Sílvia.
-Eu achei isso nas suas coisas. É casada?
-Sou.
-Você disse que morava com os pais.
-Eu tive medo que vocês não me aceitassem.
-O celular..., a aliança. O que mais está escondendo?
-Eu juro que nada mais.
-Depois no prédio eles recebem uma garrafa de champaigne.
-Para os meus amigos Carolina e Paulo Bastos, Sérgio de Melo Trindade. –lê Paulo.
-Vamos beber logo.
-Espera. –ele olha para as meninas. –Venha. –chama uma.
Abre a garrafa, a menina se aproxima desconfiada, é uma jovem escura.
Entrega a ela a taça.
-Bebe.
Ela olha para ele e para a taça, começa a chorar e tremer.
-Bebe! Vire essa merda.
Ela chora mais.
-Tome essa porcaria ou estouro a sua cabeça.
Coloca uma arma na cabeça dela.
-Não...
-Anda.
Ela bebe.
-Bebe tudo.
Ela se molha um pouco ao beber, por estar tremendo.
-Boa menina. –pega a taça.
Ela começa a sentir falta de ar.Coloca a mão no pescoço.
-Me ajuda.
Ajoelha-se aos pés dele, agarra as pernas dele.
- Meu Deus, chame um médico. –Sílvia.
-Cale a boca! –grita Carolina.
Ela se levanta e cai por cima da cômoda, derrubando um jarro.
-o que vamos fazer com o corpo?
-Enterrar. Tem terreno baldio logo ali. –ele joga a garrafa contra a parede. –Filho da puta.
No dia seguinte ele foi entregar a droga numa mansão de carro. Ele pára o carro, o segurança vai falar com ele.
-Aqui o que o seu patrão pediu.
O segurança entrega o cheque.
Carolina está num prédio, toca a campainha, atende um homem gordo.
-Aqui. –entrega o pacote que tirou da bolsa.
-Quanto é?
-200 dólares.
Ele abre a carteira e entrega o dinheiro.
Paulo num restaurante falando com uns americanos e passa os pacotes por debaixo da mesa.
Carolina está correndo, passa por uma americana branquela e ela entrega o pacote e ao se encontrarem de novo à americana entrega o dinheiro.
Paulo está num bairro pobre, o homem para comprar a droga vende a filha de 14 anos.
Paulo leva a menina para o seu carro e lá mesmo a estupra. Ela chora enquanto ele goza.
Depois a coloca para fora do carro, a deixando na rua.
Ele depois vai numa sorveteria, toma um sorvete, enquanto o vendedor tira do congelador um pote e coloca cocaína comprada na mão de Paulo, coloca um plástico por cima e coloca o sorvete.
Ele ao sair, entra no carro e ver que polícia invade o local e levam os homens, donos da sorveteria. Sai com o carro e aproveita e compra um jornal e ler que os homens que compraram no restaurante a droga foram presos.
Ele chega no prédio, vai falar com Carolina.
-Tem um traidor entre nós.
Paula, Cosme e Damião chegam em Cajazeiras e vão para uma casa. Na porta estão umas baianas que dão banho de pipoca neles.
Sobem as escadas.
-Mainha.
A mãe de santo abraça Damião.
-Ioaia...Ioia
Ela é dona do mundo
Ioia...Ioai.
Iansã vence guerra.
Ioia...Ioaia
Ela é dona do mundo
Ioia..Ioia.
Iansã é rainha dos raios.
Sobem as escadas e na laje está tendo uma festa regada a pagode, arrocha, cerveja e churrasco.
Paula olha tudo com certa curiosidade e se senta a uma mesa e bebe cerveja numa latinha.
-Quem é a vagabunda que está com Cosme? –pergunta uma mulata carnuda para Damião.
-Uma moça que pegou carona com a gente. –fala no ouvido dela.
Damião depois vai pra cama com uma escura, esta já está sem roupa da cintura pra cima, mostrando os seus seios fartos.
-Ainda faço feitiço pra ficar com tu.
Ele a penetra com força.
-Oi menino.
-Cadê meu pai? –um mulatinho.
-Deve ta matando a saudade com alguma nega. –o menino se retira ao responder Cosme.
-É filho de Damião?
-É. Ele tem dois, um de 17 e esse de sete. Um é de uma puta de rua e o menor é de uma piriguete que agora é evangélica.. –ri. –O mais velho ele fez com 15 anos.
-E você?
-Se tenho, deve estar por aí pelo mundo.
-A mãe de santo não é mãe de vocês não né? Ela é negra.
-Não, ela é mãe de criação de Damião, a mãe dele faleceu quando ele tinha nove anos, o pai o abandonou a mãe dele ele ainda recém nascido. E eu sou afilhado dela, filho de Ogum. –mostra a correntinha azul.
Damião se vira e deita do lado da mulher.
-Desculpa.
-Você está com a cabeça naquela vagabunda que está com Cosme.
-Sai... Merda!
Ela se veste e se retira.
Paula vai para o seu quarto e ver Damião mexendo em suas coisas.
-O que está fazendo? –ela pega as suas coisas. –Responde.
-Eu não confio em você.
-Sinto muito. Agora sai. –ele se retira.
Damião depois se encontra com a mãe de santo que joga búzios para ele.
-Ela vai tirar de você o bem mais precioso que existe. Eu vejo dinheiro, muito dinheiro. Que o seu guia lhe proteja. –beija as mãos dele.
No banheiro da casa tudo escuro, só iluminado pela luz das velas. Ele nu, ela bate as folhas nele e joga o banho.
Cosme está voltando de uma conversa com uns amigos da escola. Ele está com uma latinha de cerveja na mão.
Ele vira-se e ver Manuela e Damião se beijando, deixa a lata cair no chão. Ele vai em direção a eles e dá um soco em Damião que termina caindo em uma mesa.
-Filho da puta! –uns homens o seguram. –Me solta porra!
-Ela não presta! –ele levanta-se e coloca a mão no queixo. –Estamos brigando por causa de uma vagabunda. Nós é irmão. –chorando.
-Você não é mais nada meu. Me soltem. – o soltam. –Vamos Manu.
Ela olha para Damião e sai com Cosme de mãos dadas.
Aristóteles vai falar com a mãe de Robson. Ele está sentado em um sofá
Ela aparece. O marido está sentado em uma poltrona os observando de longe.
-Desculpe pela demora. O que posso ajudar?
-Robson foi preso de novo.
-Isso já se poderia esperar, é uma erva ruim. Tinha que ter o abortado.
-É seu filho.
-Infelizmente.
-Vim pedir para que o visite.
-Jamais! Não há nenhuma lei que me obrigue a fazer isso. Principalmente por nada nesse mundo vou ver aquela praga, que destruiu a minha vida, que assassinou o meu bom filho. –ela chorando.
Aristóteles vai se retirar.
-Por que tanto ódio a um filho?
-Sabe o que eu desejo? Que ele morra! Já que não posso ter o meu filho de volta, eu termino o serviço de enterrar os meus filhos. –ela abre a porta. – O meu amor secou. Essa família sofreu muito com o vício dele. O quarto dele fedia a maconha. Quantas noites eu não dormir o esperando?
Ele se retira, ela fecha a porta e começa a chorar e é amparada pelo marido.
Aristóteles foi conversar com Robson.
-Ela não quis vê-lo, não quer perdoá-lo.
-Eu a entendo, nem mesmo eu me perdôo. –chorando.
Uma jornalista está tirando fotos de um corpo que encontraram em um matagal. O local está cheio de viaturas.
-Lara. –ela vira-se para o seu colega.
-Parece que foi queima de arquivo.
Ela em casa revelando as fotos, o defunto começa a aparecer.
Ela chega na redação.
-Boa noite.
-Boa. Quer? – o colega mostra umas cápsulas de LSD.
-Não, obrigada. Não curto.
-Sabe o caso Rota 21? O editor-chefe nos mandou falar com um dos envolvidos, Rafael Paranhos.
-Eu vou sozinha, por favor.
-Certo, vou terminar cobrindo festa de aniversário de filho de famoso.
-Você é um amor. –ela beija o rosto dele.
Ela bate na porta da casa de Rafael. É ele quem abre a porta.
-Oi eu sou do Jornal Tribuna Carioca... –ele vai fechar a porta, ela segura. –Espera! Só vim para fazer umas perguntas. Sou da paz.
-Minha vida ta um inferno garota. Quer piorar?
-Prometo que não demoro.
Ele abre a porta, ela entra.
-Faz um café querida para a moça. Ele pede para a esposa.
-Não, obrigada, não precisa.
Ela começa a fazer a entrevista. Ela depois vai a um hospital, entra num quarto, ver um homem numa cama respirando por um aparelho, entubado , no soro. Ela começa a chorar. Era o seu noivo que está em coma já há 5 anos, ocasionado por uma overdose em cocaína.
Damião está no Dique do Tororó olhando as esculturas, joga uma pedra na água.
-Damião! –ele vira-se, era Cosme. -Quero fazer as pazes. Gosto de você cara.
-Você a largou?
-Não, a amo.
-Ela vai arruinar a sua vida.
-Eu não quero falar sobre isso. O caminhão está quebrado
-Dá um abraço aqui. –se abraçam.
Cosme e Damião encontram com Manuela no Pelourinho, está passando uma fanfarra.
Paula olha um gringo.
-Vou aqui. –Ela vai em direção ao gringo.
No beco ela e o gringo transam.
Ela volta depois com o dinheiro.
-Aqui. Agora já podem consertar o caminhão.
Mais tarde ela vai se encontrar com Pierre na Praça da Piedade.
-Desconfiaram de alguma coisa?
-Não, sou uma boa atriz. –ri.
Ela chega a casa.
-Onde estava? –pergunta Cosme.
-Por aí.
-Casa comigo. Esquece Feira, vamos alugar uma casinha em Camaçari. –sorrir -Por você eu largo até a vida de caminhoneiro.
Depois vão ao mercado Modelo, ela vê uns homens. Ela beija Cosme, quando eles saem ela pára de beijá-lo.
-Nossa você me deixou sem ar.
Damião nota o ato estranho de Manuela.
Ela foi avisar Pierre, mas ao chegar lá vê a polícia o levando.
Como era domingo de carnaval. Eles vão a Barra para ver o carnaval.
-Ivete, te amo! –grita Cosme. –Já trabalhei para Ivete, para você saber. – beija Manuela.
Depois vão ver a saída do Ilê.
-Que lindo!
-Gostou mesmo?
-Você não é daqui da Bahia? –pergunta Damião.
-Sou de Vitória.
Depois Cosme e Damião desfilam nos Filhos de Gandhi. Cosme coloca o colar em Manuela e a beija e Damião sente ciúme. Cosme e Damião ainda desfilam nas Muquiranas.
Ele ainda vestido de mulher transa com Manuela. Ela apalpando a bunda branca dele e lambendo a orelha, enquanto Cosme a penetrava ela olhava para Damião que os observava.
No dia seguinte partem com o caminhão e chegam em Periperi. Andam pelos trilhos e tomam banho de mar.
Cosme sobe a superfície e a beija, ela vira-se e olha Damião e o beija, tira o biquíni, Cosme tira a sunga e a penetra pelas costas, beijando a nuca dela e ela alisando as costas de Damião.
À tarde, Damião vai ver o resultado da aposta numa casa lotérica.
-Ganhei!... Ganhei!. –abraça Cosme. –Estou milionário.
De longe olhando Manuela ou Paula como preferirem.
Aristóteles Vê pelo vidro Robson a andar de lado pro outro, a suar, este derruba a mesa, grita, chora, bate a cabeça contra a parede, se senta desolado.
-Abstinência da droga. –fala Pedro Archanjo ao se aproximar.
-Vou pedir uma entrevista para ele com a Assistente Social.
-Ele traficou droga.
-Ele é usuário! É vítima.
-São eles que financiam essa porcaria! Meu Deus, você está se envolvendo emocionalmente com eles, primeiro Rafael, que não está preso e agora ele. Por isso que dizem que justiça nesse país não funciona. - Vai se retirar.
-Vai aonde?
- Prenderam mais um , chegou hoje de Salvador.
Archanjo entra na sala onde está Pierre, senta-se de frente pra ele.
-Olha pra mim. Olha pra mim filho da puta!
Pierre levanta a cabeça.
-Graças a Deus que você vai voltar para o seu país para pagar pelos seus crimes. Você é um lixo, monte de merda. Fale alguma coisa! – joga a cadeira contra a parede. – Onde está Paula Freitas?
-Não sei.
Pedro começa a rir , ele dá um tapa em Pierre.
-Fala!
-Você pode me surrar todo que não conto, conheço esses métodos.
-Pessoas como você são uma vergonha para a polícia. Era policial, se envolveu com drogas e o tráfico e fugiu do seu país, quando a polícia descobriu. Sabe o que vai acontecer com você? Vai apodrecer na cadeia. – Ele se aproxima bem do rosto de Pierre para dizer isso, Pierre cospe no rosto de Archanjo e este dá um tapa nele.
-O levem para a cela. – Limpa o rosto.
Pirre é colocado em uma cela , nota que um dos carcereiros se droga.
-Psiu!
O carcereiro vai falar com ele.
-Eu posso te conseguir uma da boa, e de graça, só basta me dá a chave dessa cela.
-Cadê? –Pierre entrega um saquinho a ele.
O carcereiro disfarça e guarda o saquinho.
-Tem mais quando me der a chave.
O carcereiro se retira.
Pierre depois vai tomar banho, liga o chuveiro, molha o cabelo, bochecha e passa sabão pelo corpo.
Aproxima-se um outro preso. Pierre olha o corpo deste.
Este vai beijá-lo, mas desce até o pescoço de Pierre.
-Nossa quanto tempo que não faço isso.
O preso cospe uma lâmina de barbear no pescoço de Pierre. Pierre cai no chão se estrebuchando, o preso tira a Lâmina e a lava.
Robson é levado a uma sala, onde está a sua espera a Assistente Social, ele entra.
-Sente-se. O seu nome é Robson não é? O meu é Marisol. –eles sentam-se e dão as mãos. –Vim aqui para te ajudar e também fazer umas perguntinhas. Desde de quando é usuário de drogas?
-Desde os 15 anos, eu usei de tudo: cocaína, LSD, maconha, êxtase, heroína, crack, cola.
-Por que usa?
-Não precisa de motivo, só falta de vergonha na cara. – chorando
-Eu soube que matou o seu irmão.
-Tinham sombras que me atormentavam, eu queria me livrar delas, peguei uma arma e atirei nelas, e terminei atingindo o meu irmão.
-Você sabe que as sombras são alucinações da droga não é?
-Sim, sei.
-E por que continua usando?
-Eu preciso dela... Um lado diz uma coisa e outro diz outra, é mais forte do que eu, me ajude. –pega nas mãos dela. –Eu perdi tudo, o amor da minha família, uma parte da minha vida, meu irmão. Eu cheguei ao fundo do poço.
Pedro Archanjo ver Aristóteles fazendo as malas.
-Vai viajar?
-Vou para Milão, já avisei a embaixada de lá, vou levar dois policiais comigo. Já sabem quem assassinou Pierre?
-Não, foi com certeza queima de arquivo.
-Temos que proteger Robson e Rafael.
-Ah! Ta. E os seus exames?
- Pego na volta, com certeza esse deve ser o meu último caso. –se retira.
Aproxima-se uma moça
-Archanjo parece que acharam César, ele está no Sambódromo, ta negociando droga com sócios de uma Escola de Samba.
-Vamos pra lá agora.
Milão.
Renato chega ao hotel onde está hospedada Bárbara.
-Droga você me deixou sozinha aqui.
Ele a beija e a encurrala na parede.
Eles depois entram numa loja.
-Querido estamos na terra da moda.
Trocam de roupa várias vezes, desfilam com as roupas. Ela olha para ele e rir. Ela depois ao sair do provador o beija.
Depois visitam a igreja Duomo.
-Ela é uma igreja gótica.
Alugam um lancha, ela com uma garrafa de cerveja na mão grita e beija Renato.
De volta ao hotel se drogam, cheirando cocaína. Ela começa a rir, fica tonta e ele a beija.
Archanjo chega ao desfile.
-Sou policial.
As baianas desfilando, os carros alegóricos, a rainha da bateria sambando. Os integrantes da escola cantando. O pessoal da arquibancada nem desconfiando.
-Tem um traficante desfilando nessa escola. Precisamos prendê-lo.
Archanjo e sua colega entram na passarela e vão passando pelas alas.
O pessoal da escola fica preocupado.
-O que ta acontecendo?- pergunta o presidente da escola a um segurança.
Lara se aproxima de um organizador.
-Por que têm policiais entre as alas?
-Não posso dizer. – se retira.
-Tire as fotos. – ela pede ao colega de trabalho.
-Dizem que Sérgio de Melo Trindade está aqui.
-Não disseram que ele fugiu?
-Como ele vai fugir com policiais no aeroporto doidos para pega-lo.
A escola chega à dispersão, tiros para os policias, gritos, uma mulher corre segurando o tapa sexo. A colega de Archanjo também atira.
Cai um corpo, se aproximam. Era o Roliço.
-É um capanga dele. –fala a colega de Archanjo ao se aproximar do corpo.
-Ninguém sai daqui, nem das arquibancadas, nem da concentração. Procurem ele. –Ordena Archanjo.
Algumas horas depois.
-Nada.
-Merda, ele fugiu.
Prendem os homens da escola envolvidos e apreendem a droga.
-Será que tem mais escolas envolvidas?
-Vou pedir que se abra um inquérito de investigação. Uma parte do desfile era financiado com o dinheiro do tráfico.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Vinícius


O único filho de Raquel sempre sofreu com os problemas psicológicos da mãe. Não podia ficar na rua por muito tempo, não podia sair à noite, não podia jogar bola no campinho da esquina, e não podia mais um monte de coisas terminantemente proibidas por ela. Desde sempre criado dessa maneira, Vinicius já havia se acostumado com a superproteção de Raquel, não somente entendendo sua situação, mas também criando meios de fazer o que quisesse sem que ela descobrisse. Mesmo assim, sua rotina resumia-se da escola pra casa, da casa pra escola. E isso explica os poucos amigos e a falta de popularidade com as garotas.
O franzino jovem de 17 anos cursava o último ano do segundo grau. E além de sua condição física raquítica, acreditava que a vergonha, a falta de jeito na hora da paquera, o mau-hálito matinal, o modo desengonçado de andar, as roupas antigas que sempre usava, as espinhas no rosto, seu um metro e sessenta e seis e meio e sua total falta de personalidade e estilo era o que o impedia de conquistar as meninas que queria. E estava certo.
De vez em quando aparecia uma menina ou outra por quem Vinícius se interessava. Porém, muitas vezes, esse interesse não era recíproco. E quando chegava a ficar com alguma garota, nunca levava o lance à diante. Para ele, não havia nenhum sentido em ficar por ficar. Preferia mil vezes um namoro sério, apesar de nunca ter tido um relacionamento desses, a alguma coisa momentânea e desinteressante.
Até então a questão "sexo" estava muito bem resolvida em sua cabeça. Não superestimava este momento como muitos outros de sua idade, e portanto iria esperar a coisa acontecer casualmente, sem nenhuma preocupação de adiantar o fato [...]
Há alguns dias não conseguia dormir. Passava horas pensando em sua breve vida, principalmente na que não vivera. Vinícius possuía uma especial tendência filosófica, criando a todo o momento teorias das mais diversas. A última que dominava seus pensamentos era justamente a respeito de sua existência. Tinha como certo de que estava a um nível superior das demais pessoas justamente por ter consciência de que estava a um nível superior. Tinha suas próprias conjecturas a respeito do amor, do trabalho, do dinheiro e da felicidade. E apesar de nunca ter amado, trabalho, tido dinheiro ou ser plenamente feliz, acreditava que seus pensamentos revolucionariam a humanidade, justamente por sua abdicação a tais coisas, pois para ele somente uma pessoa a um nível superior seria capaz de existir sem estes itens essenciais à vida [...]
Por volta das onze horas se dirigiu até sua casa. Passou pela rua da residência do avô. Ficou olhando para a mansão com certa curiosidade, tentando imaginar como seria o ambiente internamente. Chegou a ver o movimento de sombras pela janela, talvez Antônio. Vinícius não guardava rancor de seu avô, não tanto quanto sua mãe. Tentava a todo custo eliminar este sentimento de repulsa, impróprio de pessoas a um nível superior das demais.
Poucos metros dali avistou um carro semelhante ao de seu pai, Carlos, parado a algumas quadras de distância. Olhando mais atentamente, percebeu que realmente tratava-se do carro de seu pai. Porém antes mesmo de acelerar seus passos para ir a seu encontro viu que ele estava acompanhado e deteve-se. Saiu do carro uma linda jovem de cabelos negros e com maquiagem carregada, roupas curtas e provocativas. Parecia uma prostituta. Parecia ser conhecida. Parecia ser sua amiga Aline.

Descubra qual a relação entre Carlos e Aline e como Vinícius tornou-se um dos principais suspeitos no assassinato do avô em http://quemmatouantonio.blogspot.com/