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Alguma esquina, algum dia, alguma cidade.
Um garoto, uma porta, uma esperança:
Desmont era um garoto tranquilo, inteligente e, acima de tudo, esforçado. Corria atrás do que queria e não descansava até que conseguisse. Era imaginativo, criativo, espontâneo; procurava fazer algo novo todos os dias. Mas tinha muita dificuldade. Grande parte por causa de seu distúrbio: sofria de síndrome de down. Na escola, era destaque. Seu senso de humor conquistava colegas e professores. De toda a turma, era o mais maduro. Sua mãe era costureira e não conseguia pagar as contas, então ele trabalhava como entregador de jornal. Acordava as 4:30 todos os dias, pegava os jornais na central, entregava nas sonolentas portas fechadas das casas, enfrentando chuvas, frios e ventos.
Mas Desmont tinha um grande sonho: Queria ser escritor.
Na escola acessava a internet e, com medo que alguém descobrisse e roubasse suas histórias, utilizou um pseudônimo para colocar seus poemas e novelas em um site. Suas histórias ganharam uma certa repercussão e criticas positivas. Ele se sentia tão feliz e entusiasmado. Acordava cedo, trabalhava e ia direto para a escola. Voltava, cozinhava para sua mãe e voltava a pé para a escola para escrever na internet.
Um homem fizera contato com ele, dizendo que gostou muito das histórias (que eram realmente, dignas de grandes nomes da literatura) e queria publica-las em sua editora, bastava que ele fosse até sua casa e levasse os textos impressos com as devidas correções ortográficas.
Desmont viveu, então, o dia mais feliz de sua vida. Sabia que as coisas iam dar certas como recompensa pelo seus esforços. Já se imaginava como um escritor famoso, recebendo prêmios, entrevistas, documentários: quem diria, um "deficiente" escrevendo. Pontualmente, como sempre, foi até a casa do dono da editora.
Alguma esquina, algum dia, alguma cidade.
Um garoto, uma porta, uma esperança:
- Bom dia, meu nome é Des.... - A porta fechou-se.
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Uma semana depois, um livro foi lançado na editora local. Desmont entrou em depressão quando viu na banca um livro de uma história do mesmo nome que a sua... que possuía os mesmos personagens....cenários.... deixara o livro cair quando percebeu que tinham pego sua história. Estranhamente, o autor tinha o mesmo sobrenome do dono da editora. A história foi premiada e permitiu que o suposto autor de "O Reflexo Destrutivo" fizesse carreira em um país europeu.
Desmont desapareceu na semana seguinte.
É estranho quando as coisas não acontecem como esperamos
e a única coisa que podemos fazer é conviver com isso.
ou não
fim do capítulo 7, ao mundo dos sonhos continua...
Ao elr esse capítulo me lembrei de um fato curioso que ao lembar dou risada de quanto fui idiota em acreditar no ser humano. Um cara disse que adorou minha história ( Eduardo e Mônica), mas que não poderia lançá-la já que teria que pedir direitos autorais, pois escrevi uma história inspirada numa música de Renato Russo. A original ficou na mão dele, ele sumiu, foi para o Rio de Janeiro e levou a minha história, não sei se ele publicou, eu também não registrei a obra e decidir postar no blog para evitar maiores aborrecimentos. É a ficção imitanto a arte da vida, parabéns. E espero que Desmont tenha um final feliz, de ser reconhecido na literatura.
ResponderExcluirbem
ResponderExcluirmeu blog é feminino porém
hum naum sei dizer
entra lá pra ver
http://grudeichicletes.blogspot.com/
bjs
Existem coisas na vida que nos deixam muito para baixo, como essa que aconteceu com Desmont. O que é preciso não deixá-las nos derrubar e seguir em frente, lá na frente o troco, ou a recompensa vem em dobro!
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