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sábado, 30 de maio de 2009

Rota 21 -Capítulo 1

Buenos Aires- 01 de fevereiro de 2009;10:00


-Jóia belíssima usted está interessado?
-La madre gustaria mucho - O homem que acompanha o outro.
-Olha, de que são as jóias?
-Minha nossa! – Uma moça loira se aproxima.
-Queres ver?
-Diamantes, és cara?
-No
-Quanto custa?
-2000 dólares.
-Cheque?
-Si
-Gracias. –Se retira.
-Também gusta.
O vendedor chega em sua casa e aparece a moça loira que tira a peruca, mostrando os seus cabelos castanhos encaracolados.
-Pagou quanto?
-30 mil em cash
Ela depois foi vender as jóias verdadeiras.
-Quanto avalibla?
-10000
-Mucho pouco, valem muy más.
-Só es istto.
-Vamo hablar um pouquito , diamante puro.- Ela morde a jóia.
Ela chega em casa e guarda o dinheiro num fundo falso de uma parede.Toca a campainha ela abre a porta, entra um senhor com outros homens.
-O que há? Donde isto?
-Quem é querida?
-Carolinae Paulo Bastos. Sérgio de Melo Trindade. –Oferece a mão, mas Paulo não dá a mão.
Paulo ver que os homens estão armados.
-Não conheço vocês.
-Mas eu conheço vocês, ladrões e falsificadores de jóias. – Ele mostra as fotos deles agindo. – Carolina era casada conheceu Paulo, um jovem de má índole digamos.ela mata o marido e foge com o amante e fogem do Brasil e passam a dar golpes como esse por toda a América Latina.
-Está bem, sei agora que é bem informado sobre a gente.O que quer de nós?
-Vocês ganham quanto?50 mil?
-Fale logo o que o trouxe aqui.
-Vim propor um negócio.Sou traficante de drogas, mas especificamente de cocaína.Vocês receberiam cada um dez milhões de dólares.
-O teríamos que fazer?- Pergunta Carolina.
-Entrar com dez quilos de cocaína nos Estados Unidos.
-Isso é impossível.
-Já tenho um plano à altura da ousadia.
Uma moça de cabelos castanhos claro longo,branca, alta, entra em casa, ela vê a mãe dormindo no sofá, ela abre um vaso, onde ela guarda dinheiro, esta está vazia.
-Mãe! Acorda mãe. – Ela chorando, balançando a mãe.
-Filha.
-Onde está o dinheiro? O dinheiro sumiu.
-Entra o pai bêbado.
-Foi o senhor que pegou.
-foi eu que dei.Desculpa filha, era para o seu pai, eu pago.- a mãe.
-Como? A senhora está desempregada. Com costura? As remendas que a senhora faz?Eu que sustento essa casa!Se dependêssemos da aposentadoria do meu pai, estaríamos passando fome nessa casa.Ela se retira.
No dia seguinte foi trabalhar.Trabalhava numa loja de antiguidades.
-O meu salário está atrasado há duas semanas.
-Vou te pagar com o quê? Há dias que não sai uma venda.Poderia até lhe demitir.
-Antes teria que pagar os meus direito!
-Assinou algum contrato? Sua carteira está assinada?Não, então volte para trás do balcão, onde é o seu lugar.- Se retira.
Ela volta para o balcão, pegava o trabalho as sete da manhã e só largava as dez da noite.
Ela arruma as coisas, já vai fechar, ouvi um barulho vindo da sala do patrão.
Ela ver ele contando muito dinheiro, por a porta está entre aberta.
Ela volta ao balcão, folheia uma revista, ver os artistas nas festas, fotos da praia de Copacabana.
-Ainada vou está aqui.
Entra um homem gordinho na loja, ela guarda rapidamente a revista.
-O que gostaria? Temos essa urna, e essa porta jóias, ou esse tapete legítimo persa.
-boa noite.
-Ai, desculpa. Boa noite.
-Não quero nada.
-Não entendi... Tem um relógio de bolso da década de 20.
-Está interessada em ganhar muito dinheiro?
-Quem não está.
-Dez milhões.
-Não tem haver com prostituição não né?
-Não, você só vai levar uma coisa para um outro país.
-Você pode vim amanhã aqui?Aí eu te dou a resposta.
-Está bem. Tchau, boa noite.
-Boa noite.
Ela chega em casa, toma um banho.
-O dono da casa disse se não pagarmos o aluguel, vai nos despejar filha. – A mãe.
-Mas eu dei o dinheiro... Para papai.
Ela vai até o quarto do pai.
-Acorda seu alcoólatra.
-O que foi?
-Irresponsável! Gastou o dinheiro do aluguel com bebida.
-Olha como fala com seu pai.
-Vai dá lição de moral, o senhor não é uma boa imagem de seguimento para ninguém. –O pai dá um tapa nela.
-Nunca mais suas mãos sujas tocam em mim. - Se retira.
No dia seguinte ela parte com o homem.
-Qual o seu nome?
-Roliço.
Isso não é nome.
-é bom você não saber o meu nome. O seu nome é Maria Clara.- coloca a mão dele na coxa dela.
-Tire suas mãos de mim.- Ela retira as mãos dele.
Modelos estão desfilando.Uma senhora de cabelos castanhos curto, deixando a nuca a mostra, de olhos azuis, é a dona da grife.
Chega uma modelo com um pacote de cocaína na mão.
-Como as senhoras estão vendo, droga da melhor qualidade, pura e colombiana.- Ela abre o pacote.- Sintam a qualidade.
Aproximam-se as senhoras.
-Quanto é o pacote?- Pergunta uma senhora idosa.
_Eu não vendo quatro quilos Dona Margareth para não ter concorrência. – Ri.
Chega em casa, abre um cofre e guarda o dinheiro.
-Como foi o desfile querida?- Sérgio de Melo Trindade.
-Ótimo, preciso de mais daquelas peças, a alta sociedade carioca acabou com o meu estoque.
Uma menina de 14 anos, chamada Pérola , está no colégio, passa por um menino e esse passa um pequeno embrulho para ela.Chega em casa.
-Uns colegas vão vim aqui para fazer um trabalho ta mãe.
-Certo filha. Seu pai ligou pedindo para você passar o próximo fim de semana com ele.
-Você disse o quê?
-Na briga da guarda, ele ganhou o direito fazer o quê.
À tarde chegam os colegas.
-Regininha, Fabrício, Tuca.Entrem.
Eles entram.
-Mamãe.
-Querem um refrigerante?
-Não precisa dona.
-Não incomode não mãe, por favor.
Eles no quarto, antes de fazerem o trabalho, estavam queimando pedra de crack.
Sérgio está numa piscina fumando um charuto; aparece uma moça ruiva tingida dançando, rebolando.Coloca o dedo na boca, senta-se e abre as pernas, ri.Passa a mão dela pelo seu próprio corpo.Ela tira o sutiã, ele coloca dinheiro dentro da calcinha dela, ela deita na beira da piscina.Ele passa a mão pelo corpo dela, a beija.
Ela tira a calcinha e entra na piscina. Ele a penetra com força, puxa o cabelo dela e lambe o rosto dela, ela desce e ele abre a boca.
-Safadinha. Você faz bem isso.
-Ela volta a superfície e limpa a boca.
-Para de falar e me coma porra.
Ela na beira da piscina de roupão, chega ele e lhe entrega o dinheiro.
-Gostaria de sair dessa vida?
-Chega uma época que você não acredita mais em príncipe encantado, eu puta não princesa querido.
-Eu não estou lhe propondo casamento.
-Sei, amante, exclusividade.
-Não, dez milhões.
-Dez milhões –Ri- Com esse dinheiro eu dou até pra mendigo.
-É sério. Está interessada?
-Eco. Aprendi isso com cliente italiano amore.
Robson está saindo da cadeia, 10 anos pagando pelo assassinato do irmão.Começa a chover, chora.Para um carro na frente dele.Abre a porta Sérgio.
-Entra.
-Quem é você?
-Eu sei que você é usuário de cocaína, com o dinheiro que eu posso te dar, você vai poder comprar toda cocaína do mundo.
-Não estou a fim.
-Espera. Não me diga que deixou de ser viciado na cadeia.
-Eu acabei com a minha vida e a de muitos outros, agora eu só quero é lenhar com o meu nariz e deixar de fora pessoas que não tem nada haver com o meu vício. - Se retira.
-Vamos para o plano B.
Robson era de estatura média, cabelos cortados na máquina dois, olhos amelados, com uma tatuagem no braço.
Ele foi para a casa do seu amante que ele conheceu na cadeia, um travesti, Priscila.
Entra na casa e ver Sérgio com uma arma apontada p ara a cabeça de Priscila, Priscila chorando.
-Oi Robson.
-Largue ela.
-Ela vai comigo, só para ter a certeza que você vai cumprir o combinado.
-Eu cumpro, mas solte-a.
-acha que eu sou idiota, levem-na.- Ele a joga para os seus homens.
-O que quer de mim?Eu não o conheço.
Um médico pega uns medicamentos escondido e guarda no bolso do jaleco.Volta para a sua sala, joga o pó da cocaína na mesa, cheira.batem na porta, ele retira o pó da mesa.
-Entre.
-O senhor Pascoal esta aí.
-Pode mandá-lo entrar.
Pascoal entra.
-Bom dia Doutor.Conseguiu?
-Aqui. -Entrega e Pascoal lhe dá o dinheiro.
-O senhor está bem?
-É só insônia.
Ele chega em casa, ver uma foto dele com uma jovem loira muito bonita, ele começa a chorar, ele cai no chão, ele grita, deita no chão, se encolhe todo, pega o celular, procura um número.
-Alõ, Dr, André Luís, eu preciso do pacote, eu estou sem dinheiro agora, estou sem nada...não desliga.- Ele joga o celular longe ainda deitado.
Numa Igreja Evangélica, um pastor negro de barba e que usa óculos, ministra o culto, tem 39 anos.Acaba o culto e se aproxima Sérgio.
-Quem diria que um ex-traficante se tornaria pastor.
-Eu já cumprir a minha pena.
-Você está com uma filha doente, proponho um negócio.
-Que tipo de negócio?
-Te dou o dinheiro para você curar a sua filha no melhor hospital do país, contanto que você volte a ativa, mas não mais com heroína e sim cocaína.
-Não.Deus vai curar a minha filha.
-Deus não ajuda os seus fiéis se eles não fizerem uma forcinha.
-Eu prometi a mim mesmo nunca mais mexer com droga nenhuma. -Se retira.
-Eu sou paciente Rafael.

domingo, 24 de maio de 2009

Amor de mãe: um vício adquirido

Como é fácil nos viciarmos no amor de mãe. Ele acolhe, protege e envolve nosso ser desde o momento da nossa concepção.

Sentimos ainda mais o amor da mãe quando nascemos e, gentilmente, deixamo-nos abraçar por esse laço carinhoso.

A primeira mamada é o vínculo afetivo inicial. A partir daí está feita a conexão. Tanto que muitas crianças que não têm esse toque dos lábios no seio materno, independente deles produzirem leite ou não, têm maior dificuldade de se sentirem amadas quando adultas.

Do ‘primo choro’ passa-se para a primeira mamada, para a primeira troca de fralda, para o primeiro banho, para o primeiro balançar no colo, para a primeira canção de ninar, para o primeiro carinho.

Viciamo-nos no amor da mãe, rápida e facilmente. E isso é muito bom. Precisamos dele para a nossa sobrevivência emocional.

As dificuldades da infância encontram alento no olhar, nas palavras, nas atitudes e no carinho da mãe.

Na adolescência sofremos, pois precisamos de um novo tipo de amor e é necessário soltarmo-nos das amarras do amor materno, tão arraigadas em nosso interior.

Se os pais, principalmente a mãe, oferecem apoio e liberdade nessa fase, esse processo é suavizado e o vazio da ‘separação’ é preenchido pelo amor da nova companhia.

Caso contrário, são muitas as situações decorrentes do apego:

- filhos casados que continuam ‘plugados’ emocionalmente na mãe;
- mães que continuam conectadas afetivamente nos filhos;
- filhos dependentes física, emocional e financeiramente dos pais;
- filhos que passam a ver no cônjuge ( ou em outra pessoa ) a figura da mãe;
- filhos que se afastam da família;
- filhos que têm dificuldades em seus relacionamentos conjugais.

Disso podem advir personalidades dependentes, carentes, inseguras, emotivas, superprotetoras, emocionalmente distantes e outros transtornos emocionais.

Internamente lutamos na tentativa de não nos afastarmos da imagem da mãe ao mesmo tempo em que queremos nos libertar. Essa dicotomia, no geral, é bastante inconsciente.

Alguns nunca conseguem cortar o cordão umbilical emocional cedo enquanto outros passam a vida, ou boa parte dela, tentando. Isso quando tomam consciência da dependência que têm da imagem da mãe.

Em função dessa dependência mascarada, pode haver transferência do vício afetivo para a comida, o cigarro, a bebida, o sexo e outras formas de compensação.

O vício ao amor materno é tão forte que, ao tomar consciência dessa interação emocional e iniciar o ‘corte efetivo – e afetivo - do cordão umbilical’, alguns chegam a ter uma crise de abstinência, com sintomas como : desorientação, dor de cabeça, falta de sono, sono excessivo, entre outros.

A desvinculação dessa união emocional é quase um novo parto e são normais recaídas, ou seja, o filho volta a sentir-se emocionalmente dependente da mãe; seja ela viva ou não, presente ou não.

Mas esse processo é necessário.

Precisamos ser pais e mães de nossos filhos e não eternos filhos de nossas mães. Por outro lado, a gratidão a elas é, incontestavelmente, necessária.

O amor de nossa mãe, que acaba nos viciando nele mesmo, é a nossa salvação; o nosso sustentáculo emocional; o nosso ‘modus vivendi’, o nosso triunfo.

O nosso amor por nossa mãe deve ser o reconhecimento disso.

Somos o que o amor de nossa mãe representa para nós, mas precisamos aprender a sermos nós mesmos.
Precisamos aprender a amar a nós mesmos como uma mãe ama o seu filho.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

CONDOMINIO BABILONIA - 1° CAPITULO - 1° TEMPORADA


Aquela era uma tarde fria de quarta-feira na região paulistana, uma cidade maravilhosa de pessoas maravilhosas. Uma cidade que reunia pessoas de todas as partes do mundo, ali cada um tinha sua identidade própria e se se destacava no meio da multidão.
São Paulo estava muito mudado, muitos condomínios haviam sido criados, desde o simples até o mais caro. Condomínios residências, e condomínios com apartamentos. Um dos condomínios mais falados da cidade era o Condomínio Babilônia que ficava no bairro do Morumbi. Ali viviam pessoas da classe média, e da classe média alta, as casas eram belas, entoavam um clima clean, um padrão de casas brancas com detalhes azuis, e o telhado de marfim, era o sonho de todo paulistano conseguir uma casa ali. Havia uma pessoa que fugia da regra, era Elizabeth Williams, uma mulher de aparência bela, cabelos loiros, olhos azuis, alta, filha de pai alemão e mãe inglesa, uma mulher de 35 anos, bem sucedida na área de advocacia, e tinha dois filhos com o empresário Alberto Jones, era uma típica família feliz; Elizabeth estava sentada no quintal em uma velha cadeira de balanço que ganhara de sua falecida avô, ela não ligava para o tempo frio, estava pálida como a neve e estava sentada como uma conchinha na cadeira e seus olhos estavam voltados para o canteiro de orquídeas.
Enquanto isso dentro de casa, Alberto estava sentado em um banquinho na cozinha, lia o jornal do dia e ouvia um antigo disco de Diana Krall, a música estava tão alta que tomava conta da casa, parecia que ele estava ignorando o fato de Elizabeth estar do lado de fora com o frio que fazia naquela tarde.
Na casa ao lado esquerdo da família Williams, morava uma velha senhora, Dona Marina, uma mulher de 58 anos, aparência doce gentil, cabelos brancos como a neve e óculos cor de rosa, ela estava na janela da cozinha espiando Elizabeth. Ela não entendia o que Elizabeth fazia do lado de fora de casa naquele tempo frio e feio, e como de costume essa hora Elizabeth estaria começando a preparar o jantar e as crianças estariam chegando do colégio; naquele instante ela percebeu que a rotina da casa mudou aquele dia. Marina tinha esse hábito feio de ficar espionando a casa dos vizinhos, sempre que podia dava uma espiada na casa da família Williams e na casa de Fernanda Pires que morava ao seu lado esquerdo, seu marido Orfeu também acompanhava Marina nessas espiadas ‘’básicas’’. Marina parou de espiar um instante para pegar a manteiga na geladeira, de repente ela ouve um grito de Orfeu:
-Marina, venha rápido!!!
Desesperada ela sobe as escadas correndo em um pique descomunal, e corre para o banheiro onde o Orfeu estava a gritar. Chegando lá encontra Orfeu em cima do vaso sanitário e dizendo indignado:
-Olhe Marina, Fernanda já mudou de namorado outra vez, e eles já estão indo para a cama!!!Que poça vergonha esse mundo esta perdido.
-É mesmo meu velho. Diz Marina com um leve sorriso sem graça.
No Relógio marcava 6:50 da tarde,e Elizabeth continuava ali sentada, mas já não estava mais olhando para o canteiro de orquídeas, ela havia caído no sono. Alberto já não se encontrava mais em casa, havia saído fazia 12 minutos. Naquele instante indignada, Marina saiu de sua casa e ira em direção a vizinha Elizabeth, notou que a porta estava entreaberta e já foi entrando em direção ao quintal, chegando à frente de Elizabeth, Marina a balançou levemente, Elizabeth assustada deu um pulo da cadeira caindo para trás com a cadeira. Marina desesperada ajuda a amiga a se levantar rapidamente e a leva para dentro da casa.
Enquanto isso há duas casas ali do lado, Fernanda estava no quarto com um rapaz jovem musculoso; Fernanda era uma mulher de 40 anos que não gostava de parar no tempo, vivia como uma adolescente, todo mês ou toda semana estava com um namorado novo, e não pense que ela gostava de homens de 30,40 anos, só gostava de rapazes mais novos na faixa de 20,25 anos, era uma mulher linda, cabelos ruivos, olhos castanhos e o rosto liso como seda. O jovem rapaz que a acompanhava era um garoto de programa que Fernanda havia contratado naquela noite,ela não estava muito bem, havia chegado de uma balada com ele,e estava meia bêbeda, o rapaz a segurava.
Na casa ao lado,Orfeu reparava tudo da janela do banheiro,quando de repente o rapaz começou a agredir Fernanda,Orfeu tomou um susto que quase caiu de cima do vaso,e começou a gritar o nome de Marina várias vezes,depois de 5 minutos o rapaz para de bater nela e rouba tudo o que vê pela frente,jóias,dinheiro,bolsa,cartões entre outros pertences.Perplexo com aquilo, Orfeu desce em um pulo e sai correndo para fora, desce as escadas como um cometa e sai para o lado de fora da casa,assim que ele bota os pés para fora da de cara com o jovem assaltante,Orfeu para por um instante e age sem pensar, metendo um murro na cara do jovem,que rebate com um soco mais forte dizendo:
-Não se meta nisso,ou farei pior!
Orfeu cai no chão. E o jovem rouba o carro de Fernanda, saindo em disparada.
Na casa de Elizabeth tudo estava calmo, Marina conversava com a amiga dentro da casa, tentando entender porque Elizabeth estava tão estranha naquele dia,e porque Alberto não se encontrava em casa.Elizabeth nada falava, ficava quieta coçando os braços como se estivesse com frio e seu olhar não estava muito seguro,a única palavra que ela havia dito foi - muito obrigada – depois disso não havia dado nenhuma palavra.
Do lado de fora na rua,a moradora da casa da frente Juliana e seu marido Marcelo gritavam desesperados por socorro, Marina como de costume correu para a janela da casa de Elizabeth para verificar o que estava se passando lá fora,quando Marina chega próxima da janela e coloca os olhos disfarçadamente,vê seu marido caído no chão.Marina sem pensar duas vezes corre para o lado de fora desesperada, aos prantos e berros perguntava o que estava acontecendo, ela na entendia nada, por 15 minutos que seu marido ficara sozinho aquilo havia acontecido, ela se culpava e falava:
-Meu Deus!!!Porque fui te deixar sozinho em casa meu velho!!!Quem fez isso com você!!!Meu Deus!!!Ajude-me!!!
2 minutos depois, a ambulância chega, Marina vai junto com Orfeu para o hospital. Notando que a porta da casa de Fernanda estava entreaberta os para médicos vão verificar se aquilo tinha a ver com o caso do senhor tem apanhado, chegando lá em cima se deparam com Fernanda caída na cama e sangrando, eles a levam junto com Orfeu para o hospital.
Elizabeth ao ouvir os gritos de desespero de Marina, criou coragem e levantou-se indo direto para a o lado da casa, com uma cara meia de perdida, pergunta o que havia acontecido para Juliana e Marcelo, mas eles nada sabiam explicar, afinal haviam chegado há pouco tempo. Elizabeth queria ter ido com a amiga Marina junto para o hospital, mas Alberto havia saído horas atrás com o carro. Marina sempre ajudou Elizabeth em momentos difíceis, acompanhou ela no funeral de sues avôs, e de seus pais, sempre estava ao lado dela, tanto nos momentos piores como nos momentos bons.
A noite caia, já passava das 9 horas da noite. Elizabeth havia tomado um banho de banheira pra relaxar, afinal, depois de um dia turbulento como aquele só um banho para aliviar o stress. Alberto ainda não havia chegado, e nem tinha dado telefonemas, Elizabeth se preocupava cada vez mais, de repente o telefone do quarto toca, assim que ela atende diz logo: - Alberto!...Mas não era ele, era Marina dando noticias de da saúde de Orfeu.
-Os médicos disseram que ele esta bem, o que havia acontecido para ele ter ficado desacordado daquele jeito provavelmente foi a queda, e acabou tendo leves machucados!!! E Fernanda esta internada aqui no mesmo hospital, só que ela está pior os médicos disseram que ela teve ferimentos na coluna, como se tivesse levado um murro. Dizia Marina em um tom baixo de voz.
Elizabeth sem pensar muito, só desejou melhoras aos dois, e um grande beijo para Marina. Assim que ela desliga o telefone vê na janela Alberto chegando de carro, ele trazia um pacote nas mãos, Elizabeth desce rapidamente para a sala. Chegando ao meio da escada, ela para e cruza os braços, com uma voz seca e rouca perguntando:
-Onde o senhor estava? E que caixa é essa na sua mão? Você esta escondendo algo de mim Alberto?
Alberto olha para Elizabeth com uma cara fria. Dez segundos de silêncio... e ele diz:
-Nada disso te interressa Beth, não se intrometa nos meus assuntos!!!
Elizabeth pasma! Nunca havia ouvido o marido falar assim com ela antes, afinal eles quase não brigavam, quando os dois brigavam eram por motivos bestas, como música, esporte, comida... Aquilo deixou Elizabeth irritada, e na hora mandou Alberto retirar-se da casa. Alberto tentou contestar, alegando que ela estava alterada, mas de nada adiantou, Alberto saia sem mais argumentar; a casa por justiça era de Elizabeth que havia ganhado de seus pais em 2.015 no seu casamento, depois eles faleceram em 2.018.
O silêncio tomou conta da sala, bem devagar Elizabeth abaixava-se para sentar no degrau da escada, começando a chorar silenciosamente, para ela a fantasia que ela vivia há 5 anos parecia que estava acabando como um encanto.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Eduardo e Mônica

Livro inspirado na música Eduardo e Mônica, da banda Legião Urbana


Capítulo 1


Eu nasci no dia 26 de junho de 1958, filho de Marta Souza Preões, que era filha de Carmem. Minha mãe não tinha irmãos e junto com minha avó se mudou para Brasília, que tinha sido inaugurada, no dia 21 de abril de 1960, pelo governo de Juscelino Kubitschek. Lá junto com o meu padrinho, senhor Segismundo Fahar, este preferia ser chamado de Mundo. O que não deixa de ser verdade, já que ele conhecia o Brasil como a palma da mão. Do meu pai, cresci sem ele, este faleceu antes de eu nascer. Se chamava Fernando Queiroz. De como ele morreu não tenho muitos detalhes. Meu padrinho faleceu quando eu tinha sete anos num acidente de carro, não se casou, não teve filhos, gostava de ser solteiro. Isso eu aprenderia com ele, a viver assim, mas como não existe razão para o coração, conheceria Mônica, teria dois filhos lindos com ela, uma casinha simples, de dois andares, amarela e com um fusca.


Mônica – 1969 – Aos 15 anos


Mônica era a menina mais desejada de Anápolis, sabia dançar rock como ninguém, gostava dos Mutantes, e pertencia a alta classe anapolisense. Ela era loira, de olhos verdes, tinha um nariz arrebitado, magra, e a chamavam de Olívia Palito.
- Vamos entrar no carro broto?
- Um Chevet 55. – Ela vira o copo de wísky.
- Estou doido para ficar sozinho com você.
- Você me prometeu que estaria em casa antes das dez – ela acende um cigarro – Tenho que ir pra casa se não papai e mamãe vão ficar preocupados.
- Pare de ser sonsa garota! – joga o cigarro dela no chão.
- Você bebeu demais Marcos. Rô, vamos pra casa.
- Mônica eu não vou pra casa agora.
- Daqui a pouco a polícia baixa aqui.
- Vai só querida. – ela beija um rapaz na lambreta.
- Vamos relaxe, entre no clima. – ele a beija.
Saem juntos Roberta e Celso, deixando-os sós.
- Estou com frio!
- Mais um motivo para entrarmos no carro.
- Está bem.
Eles entram, se beijam, e ele suspende a saia de Mônica.
- Não Marcos!
- Você quer.
- Marcos, quero sair! – ele beija o pescoço dela – Pare Marcos! – ela o empurra, ela tenta abrir a porta – Abre o carro, Marcos.
- Não abro.
- Eu não estou gostando nada disso.
- Temos um ano de namoro broto.
- Eu não quero!
- Deixe de ser tonta, você sabia o que poderia acontecer, quando topou vir para cá – ele segurando o queixo dela.
- Você está me machucando.
Ele vai beijá-la.
- Não, eu vou gritar.
- Ninguém vai te escutar. – ela o morde – Sua cadela! – ele dá um murro nela.
- Socorro, pelo amor de Deus, me ajude!
Ela quebra o vidro.
- Não, pare!
- Quietinha.
Ela numa maca acaba de acordar.
- Já está feito o serviço, você não vai ter um filho daquele marginal.
- Estou enjoada!
- É normal – o médico diz.
- Quero ir embora daqui, desse lugar imundo.
- O marginal fugiu.
- Já dá para saber o sexo da criança?
- Não, vamos para Brasília.
- O que vou fazer naquele inferno?
- Pensava nisso antes.


Eduardo – 1970 – Aos 18 anos


Num prédio junto com outros rapazes, fumando e bebendo, comemorando o tricampeonato brasileiro. Chega uma moça e o beija.
- Alice. Quer? – ele enrola uns cigarrinhos.
- Não, obrigada!
- Vamos sair daqui. Eu pensei melhor. – ele cheirou o pó.
- Sabia meu bem! – ela o beija – Eu tinha certeza que você iria querer essa criança, só ficou preocupado por estar desempregado, e você não querendo que o seu pai soubesse, eu tenho certeza que ele vai adorar ser avô.
- Vem comigo.
Eles entraram no quarto, se beijaram, e transaram.
- Aqui o wísky para comemorarmos.
Ela bebe.
- Já contou a seus pais?
- Não, estou com medo.
- Não tenha, eu estarei sempre ao seu lado – ela o abraça – Ah! Estou me sentindo mal, chame um médico, Eduardo.
- Quem disse que vou chamar meu amor?
Ela caiu na cama com a mão no pescoço.
- O que você fez? – ela chorando, ela caiu da cama.
Ele se aproxima dela, certifica-se se ela está morta e fecha os olhos dela. Tira do bolso da calça umas cápsulas, e começa a chorar, encosta-se na parede e se agacha.
- Eu não queria fazer isso... Eu juro que não queria.


Capítulo 2
Na minha casa, ninguém ia à igreja aos domingos, não havia imagens, terços, bíblia, não se agradecia pelo alimento do dia, como as outras famílias da época.
- Desligue o rádio minha filha. Não tem outra notícia a não ser esse golpe.
- Jango não devia ter fugido como um covarde.
- Se exilou no Chile.
- Mãe, por que a senhora não tem fotos do papai?
- É melhor você dizer a verdade.
- Não. – ela chorando.
- O seu pai fugiu com outra mulher, quando soube que sua mãe pegou barriga, desgraçou a minha filha.
- Nunca mais tiveram notícias dele?
- Chega! – a minha mãe bate a mão na mesa – O seu pai está morto e enterrado.


Mônica – 1966 – Aos 12 anos


Mônica conheceu Sérgio aos 12 anos, eram do mesmo signo, leão. Planejavam ter dois filhos, envelhecerem juntos. Ele era mais velho que ela só um ano.
Se conheceram no colégio, trocaram telefones. Ele jurava amor eterno a ela e vice-versa, mas ele era paulista, o pai corretor de imóveis.
Ela sabia que um dia poderia o perder, este dia tinha chegado.
- Eu juro que nunca vou te esquecer.
Ela tira uma correntinha do bolso da calça.
- É uma medalhinha de Nossa Senhora Aparecida. – ela chorando – Toda vez que você olhar para ela, vai se lembrar de mim.
- Meu coração vai ficar. Eu juro que volto para lhe buscar. – se beijaram.
- Vamos, Sérgio. – o chamam.
Eles de mãos dadas, se soltam devagar, ela coloca a mão no rosto.


Eduardo – 1960 – Aos 8 anos


Ele está estudando, entra uma mulher.
- O seu pai ainda não chegou?
- Não.
Ela tira a blusa, deita na cama.
- Vem cá!
Ele sobe na cama, ela beija o pescoço dele, e o beija e coloca a mão por debaixo do short dele.


Capítulo 3


Eu aos 12 anos já me encontrava na sétima serie, foi lá que conheci Amanda, ela era branca, cabelos castanhos, que iam até a cintura, tinha olhos também castanhos, bem alta para a idade e filha de um casal de jornalistas.
Me tornei colega dela, já tinha dois anos que estudávamos juntos, mas tinha medo, porque ela gostava de repetir para mim, o que era um martírio.
- Você para mim é como um amigo.
Ela me matava, falando essa frase sorrindo.
Num dia, eu e ela fomos participar de verdade e conseqüência, no pátio da escola. Elton que era o líder do grupinho, apesar de não ser o mais inteligente.
- Se não quiser responder, a conseqüência será beijo de língua.
- Está bem, agora sente-se Elton. – fala Sílvio, um outro colega meu gordinho e baixinho.
-Gire logo essa garrafa. – fala Alexandra, esta era inteligente, usava óculos.
- Está bem! – Elton gira a garrafa.
- Alexandra para Amanda.
- Com qual dos professores você gozava?
- Eu não posso responder.
- Então conseqüência. – fala Elton.
- Ah! Eu não vou beijar Amanda. – fala Alexandra.
- Responde ou não responde? – pergunta Elton.
- Não respondo.
- Então conseqüência. – ela aproxima-se de Alexandra e a beija rápido.
- Pense no lado positivo, quando vocês tiverem os seus filhos vão poder contar essa história e não vão ser chamadas de caretas. – fala Sílvio.
- Pelo menos depois disso, tenho certeza que sou heterossexual. – fala Amanda.
- Gire essa porcaria logo, Elton. – fala Alexandra.
- Sílvio para Alexandra.
- Você já se masturbou?
- Sim.
- Com o quê?
- Só uma pergunta, querido.
Ele gira.
- Pronto, agora responde.
- Com uma banana nanica.
Todos começaram a rir.
- Se vocês não pararem, vou embora.
Elton gira de novo.
- Eduardo para Amanda.
- Quem você levaria para uma ilha deserta?
- O meu primo.
- Gire a garrafa Elton. – fala Sílvio.
- Amanda para Eduardo.
- E quem você levaria para uma ilha deserta?
- Eu não quero responder.
- Então conseqüência. – fala Elton.
- Eu não posso beijar Eduardo.
- Por que não? – pergunta Elton.
- Ele é meu amigo. – ela beija Eduardo. – Já vou para casa. Edu vem comigo?
Elton me olha.
- Eu tenho que acertar um trabalho com Elton.
-Vem comigo Alexandra?
- Eu tenho que fazer uma pesquisa na biblioteca, antes que feche – ela se retira.
- Eu vou com você Amanda. – fala Sílvio.
- Tchau, Elton! Até amanhã, Eduardo!
Se retiram.
-Você não pode fazer tudo o que ela pede, como um cachorrinho dela.
- Ela nunca vai me olhar como homem.
- Porque ela não te merece, Alexandra é gamada em você.
- Não pode ser, ela só pensa em estudar e é minha amiga.
- Você está se comportando como Amanda.


Capítulo 4


No final do ano, como muitos estavam com o pescoço na corda da forca, os professores costumavam passar trabalhos para terem as benditas férias no final do ano.
Foi passado um trabalho de história, a disciplina que eu mais gosto, apesar do meu professor, senhor Leôncio, ser totalmente execrável, também brincávamos, porque nessa época estava passando a novela “Escrava Isaura”, e o personagem que perseguia a pobre escrava branca, era Leôncio.
Eu como não costumo me atrasar, meia hora antes do marcado, já estava na casa de Amanda.
- Entre Eduardo, e sente-se.
- Eduardo. – a mãe de Amanda diz – Já tem várias semanas que você não aparece.
- Eu não queria incomodar.
- Não é incomodo nenhum, até um gosto.
- Assistiu ao jogo da Seleção?
- Assisti.
- Dois gols do Pelé e Rivelino. Aqueles rapazes valem ouro. – era o pai de Amanda.
- Aqui os materiais.
- Já sabe a profissão que vai seguir meu rapaz?
- Advogado. - fiquei com vergonha de dizer que queria ser professor.
- Boa profissão!
- Eu pensei que você queria ser historiador Edu.
- Mas eu pensei melhor, Amanda. – sorri.
- Amanda quer ser jornalista, mas eu estou tentando tirar isso da cabeça dela. É uma profissão arriscada... – a mãe de Amanda começa a chorar – principalmente nesse inferno que estamos vivendo. Já almoçou Edu?
- Já, Dona Eliete, obrigado!
- Você é um rapaz inteligente, esforçado e bom filho, a profissão que você seguir, você vai se dar bem.
- Eu tenho medo do futuro, senhor Jorge.
- Já está pronta Eliete?
- Já. Vocês não se incomodam de ficarem sozinhos?
- Não. – ela beija a filha.
- Se eu demorar, ligue para o seu tio.
- Sim mãe. – eles se retiram – Eu sempre me pergunto se vão voltar. – ela sentou-se.
- Alexandra que sempre vem cedo, ainda não chegou.
- Eu posso te contar uma coisa Edu?
- Sim.
- Você gosta da Alexandra?
- Por quê?
- Ela é louquinha por você.
- E você está apaixonada? – tomei a coragem de perguntar.
- Por quê?
- Você está faltando muitas aulas e eu como seu amigo...
- Acho que eu posso contar para você, eu confio em você. Eu estou namorando um rapaz da oitava série.
- Seus pais sabem? – eu me controlando para não chorar.
- Não. Você é o primeiro a saber, eu me sinto tão bem perto de você, você nunca me repreende, sempre disposto a me ouvir.
Chegam Alexandra e Sílvio.
- Compraram a cartolina? – pergunta Alexandra.
- Ai, esqueci! Espere que eu vou comprar. – fala Amanda.
- Eu vou com você.
- Ai Edu, você é tão fraquinho, eu tenho medo das ruas. Se você quiser vir comigo e Sílvio, mas é preferível que você fique aqui com a Alexandra. Talvez você corresse e me deixasse ser levada pelos policiais.


Mônica – 1972 – aos 18 anos – São Paulo


Mônica ao chegar à maioridade foi procurar Sérgio, o primeiro amor. Aquele que dizemos que nunca vamos esquecer.
Ele estava morando na Avenida Paulista, e era dono de uma loja de roupas.
Ela toca a campainha, abre a porta uma moça escura com os cabelos trançados e dona de uns olhos verdes sedutores, enrolada num roupão.
- Sérgio está?
- Quem gostaria?
- Uma amiga dele.
- Amor! – ela chama Sérgio.
Sérgio aparece vestido com uma calça jeans, sem camisa.
- Quem é você?
- Não se lembra de mim?
- Não me recordo agora.
- Eu sou a Mônica...
- Mônica.
- Eu vejo que você reconstruiu a sua vida. – ela chorando.
- Você acha que um amor de adolescente iria sobreviver depois de nós adultos?
- Você me jurou amor eterno, planejamos um futuro juntos.
- Não se pode planejar o futuro numa época como essa.
- Eu fui idiota em vir aqui. – ela vai se retirar.
- Espera. Onde você está hospedada?
- Não se preocupe comigo.
Ela vai descendo as escadas e ele fecha a porta.


Eduardo – 1980 – aos 27 anos


- Onde você passou a noite? – Era o pai de Eduardo, senhor Paulo Cunhão.
- Com os amigos.
- Se drogando.
- Não fale assim comigo, como se eu fosse um adolescente.
- Então se comporte como homem!
- Um dia fujo de casa.
- Não vai sobreviver nem um mês, já que nem trabalho tem.
- Esta casa está um inferno!
- Foi sua mãe que te deixou assim.
- Nunca diga que ela foi a minha mãe!
- Você puxou a ela. É desequilibrado como ela. Já tomou o seu remédio?
- Não tomo mais aquela porcaria! Nem mais apareço naquele consultório.
- Por que Ana foi morrer? Foi você que a matou.
- Eu até gostaria.
- Você não tem coração!
- Eu já disse, não fale assim comigo!
- Eu falo assim, porque sou eu que te visto, te sustento e te dou teto para você morar.
Ele se retira da sala e vai para o seu quarto.
Eduardo coloca a mão na cabeça e vêm as lembranças dos xingamentos da mãe. “Você não presta”, “Vagabundo”, “Vadio”, “Tomara que morra, para ver que eu te amo, seu puto”, “Não vai se livrar de mim, porque eu sou a sua mãe e você depende de mim”.
Ele levanta, “O seu futuro vai ser tenebroso”, abre uma gaveta “O que você fez?”, pega a arma, coloca as balas “Você é melhor que seu pai, seu puto”. Se dirige ao quarto do pai e atira quatro vezes. E o pai de costas para ele, não vê que seu filho é um assassino.


Capítulo 5


Eu, Elton, Alexandra, Sílvio e Amanda fomos assistir a um filme de faroeste, ainda me lembro que Amanda detestava esses tipos de filme, por causa das mortes dos índios que eram postos como vilões nos filmes. Eu acho que assistíamos as Bonas Day.
Eu sentei ao lado de Amanda, ela comia pipoca e eu perdia o tempo para ver o rosto dela. Havia dois policiais na sessão.
- Os sentinelas do inferno chegaram.
Era assim, a partir daquele dia, que ela denominaria os homens que participaram daqueles vinte anos, que todos brasileiros que viveram isso, gostariam de esquecer.

*****

- Vamos combinar uma coisa, se um de nós morrer primeiro, trate de passar no inferno e nos avisar se é bom ou não lá. – fala Elton.
- Pra mim está combinado. – diz Sílvio.
- Eu não sei para quê combinar isso, quando morrermos vai está tudo acabado e nós debaixo da terra. – falei, uma opinião de um ateu.
- Mas não custa nada prometermos isso. – fala Elton.
- Eu vou morrer antes de vocês.
- Por que você está falando isso?
Pergunta para mim Sílvio, mas chegam Amanda e Alexandra.
- Edu você vai ao show hoje no qual todos os estudantes estarão para pedir um basta contra a ditadura militar?
- Não sei.
Alexandra nem imaginava que no show seria alvo de uma bala perdida.
Ela se retira junto com Amanda.
- Alexandra está namorando. – fala Elton depois que Sílvio se retirou também.
- Bom pra ela.
- Você fez a menina pagar o maior mico do colégio.
- Mas eu também não pedi que vocês bancassem de Cúpido.
- A idéia foi de Amanda.
- Deixar a menina na sala a me esperar, para nos beijarmos.
- Ela chorou naquele dia.
- Se eu a beijasse estaria mentindo para mim mesmo. Seria tão fácil se gostássemos de quem gosta da gente.
Na minha frente aparece Amanda beijando o rapaz da oitava série.

*****

Estava num prédio desativado, aonde costumava ir, quando estava triste.
Eu era um monstro, não tive a oportunidade de pedir desculpas a Alexandra pela humilhação que a fiz passar. Amanda nunca me notaria como homem, acho que não tenho qualidades. Nem a consolação que Deus escreve certos por linhas tortas eu tinha, já que não acreditava nele.
Eu tinha que ter a coragem de me ter jogado do prédio naquele dia, mas não conheceria Mônica..., mas ela também não sofreria como está sofrendo agora.
Mas sempre fui tanso para pensar, eu era muito frívolo quando adolescente. A sorte é que tinha um amigo como Elton.
- Eu sabia que te encontraria aqui.
- Seria melhor o mundo com um fracassado a menos.
- O mundo perderia uma grande pessoa, você faria sofrer muitas pessoas, Alexandra entende onde ela esteja.
- Você só fala isso só porque eu não acredito em Deus.
Ele me abraçou e eu chorei naquele dia. Amanda nunca mais soube noticias dela, eu acho, me arrependo de não ter dito o quanto eu amava. Dois anos depois, ela e os pais se exilaram em Portugal. A década de setenta, a década de ostracismo para muitos.


Capítulo 6


1974
Eu estava andando de patins pelas ruas arborizadas de Brasília, quando tropeço e sou atropelado por uma bicicleta, e caí como uma jaca no chão.
Era noite e eu vi a lua, depois o rosto mais bonito da face da Terra, vi o relógio que ficava perto da Praça dos Três Poderes, eram 22 horas.
- Desculpa. – ela me ajuda a levantar me dando a mão.
Eu seguro e levanto.
- Obrigado!
- É a primeira vez que derrubo alguém e essa pessoa me agradece. Me chamo Mônica. – ela oferece a mão.
- Eduardo. – nos damos à mão.
- Engraçado.
- O quê?
- Tenho a impressão que já vivi isso.
- Eu também.
- Aceita um café?
- Café tira o sono.
- Depende de que horas você tenha que dormir, se não podemos tomar birita.
- Eu não estou legal. Não agüento mais birita.
Mônica riu.
- Eu aceito o café.
Quando chegamos ao café.
- Você tem quantos anos?
- 16.
- Nossa! Você parece ter 12.
- E você?
- 20.
Silêncio, ela volta a me interrogar.
- Por que você disse que estava cansado de birita?
Chega a garçonete.
- Dois capuccinos quentes.
- Um colega do meu cursinho de inglês disse que tinha festa legal para a gente se divertir. Mas era uma festa estranha, com gente esquisita, eu não dancei e tomei mais de vinte copos, acho...
- E decidiu patinar às 22:00?
- Sim.
- Estou meio tonto, são quase duas, tenho que ir para casa, se não vou me ferrar, vou terminar dormindo na rua.
- Mora com os pais?
- Meu pai não conheço e minha mãe já é falecida.
- Lamento. Então mora sozinho.
- Não, moro com um amigo, ele é funcionário público.
- Eu tento passar em concurso público, faço teatro com uns amigos. – ela tira um cartão do bolso da calça e me entrega – Aqui o endereço. E estou no quarto semestre de medicina.
- Pretende se especializar em quê?
- Cardiologia, eu sempre sonhei em ser Deus.
- Eu quero ser professor de história.
- Legal... Você disse que faz cursinho de inglês.
- É.
A garçonete chega com o café.
- E você mora com os pais?
- Não, são divorciados.
- Lamento.
- Que nada, o ser humano é livre, eu não sei por que o homem criou o casamento.
- Mas é tão lindo a união de dois seres que se amam.
- Já vi que você é diferente dos outros homens. – ela sorri – Eu gosto de conhecer pessoas diferentes.
- Eu estou desempregado.
- A situação está difícil para todo mundo.
- E pior que é.
- Ainda estuda?
- Concluo esse ano.
- E o seu amigo tem a mesma idade?
- Não, já tem 18, fez supletivo para o segundo colegial.
- Você já veio aqui?
- Não.
- O café daqui é uma porcaria, não é?
Ela fala baixo isso e eu sorrio.
- Já vou indo.
- Quando nos encontramos de novo?
- Me dê seu telefone.
Ela anota num papel e me entrega.
- Vê se me liga mesmo. Eu estarei amanhã na frente do palácio da Alvorada, participando de uma manifestação. Se quiser aparecer...
- Vou ver.
Eu me retirei, a deixando sozinha com o dinheiro para pagar o café. Cheguei em casa, Elton estava a minha espera.
- Isso é hora de chegar rapaz.
- Eu conheci uma garota.
- Na festa?
- Não, eu deixei o meu colega só lá.
- Bonita?
- É interessante, é loira de olhos verdes.
- Marcaram encontro?
- Ela vai estar amanha numa manifestação em frente ao Palácio da Alvorada.
- Você vai?
- Não sei. Você acha que eu devo ir?
- Claro. Eu só não vou, porque vou trabalhar.
- Eu não esqueci Amanda.
- Mas ela já deve ter te esquecido.
Tomei a coragem e apareci na manifestação, ela estava ao lado de uma moto.
- Você veio.
- É, vim.
- Venha. – ela pega na minha mão e começa a gritar com os outros – Abaixo a ditadura!... Abaixo a ditadura!
A manifestação era contra a posse de Ernesto Geisel, a polícia não baixou no local e marcamos outro encontro no Parque da Cidade, já que ela queria assistir a um filme do Godard e eu ir para uma lanchonete, ela apareceu com tinta no cabelo nas cores verde e vermelho. Ela olha a bandeira.
- O nosso hino e a nossa bandeira são as mais bonitas, que pena que a frase “Ordem e Progresso” não combine com o momento que estamos vivendo.
- Você esqueceu de falar do futebol.
- Geisel vai visitar os paises aonde tem brasileiros exilados, jogada política, tenho esperança, sou otimista infelizmente, o país vai sair dessa, o cerco está se fechando. O Brasil não vai levar essa, o time da casa está sendo chamado favorito, os alemães com o seu muro da vergonha. O Brasil tricampeão caiu como uma luva para as aves de rapina, mas desta vez não vão ter a mesma sorte.
Ela tinha razão o Brasil perderia nas oitavas de final contra a Holanda.
- Vamos para onde?
- Para um bar.
Entramos num bar que estava vazio.
- Dois copos de tequila com gelo.
- Você vai beber em pleno sol a pino.
- Tem medo do que eu posso fazer?
Chegam os copos, ela entrega um deles, começa a tocar uma música dos Mutantes.
- Adoro essa banda! – ela vira o copo.
- Chamam Rita Lee de a ovelha negra das famílias brasileiras.
Ela sobe na mesa, eu sento num banco. Ela começa a fazer strip-tease.
Ela rebola até o chão, e naquele dia eu tinha notado a linda mulher que tinha na minha frente. Ela lambe o meu rosto e tira o meu cinto, e o coloca atrás do seu pescoço. Ela já estava só de calcinha e com uma blusa.
Ela tira a blusa, chegam dois policiais, ela tapa os seios com as mãos, olham para ela e depois para mim e se retiram. Ela começa a rir.
- Você rir, poderíamos ser presos.
- Deviam ter pensado que eu era uma puta libertina.
Eu a ajudei a descer, mas ela vomita na minha camisa.
Eu a levei para casa.
- Ai que vergonha, me deixa lavar a sua camisa.
- Tenho que ir.
- Obrigado. O sanduíche está bom. – ela abre a porta e me dá um selinho e me retirei.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

O Universo de um instante - capítulo 3

Síndrome
1

Em uma tarde de junho, o inverno avançava sonolentamente enquanto casais apaixonados passeavam de mãos dadas e cachecóis combinando pelos parques floridos de Porto Alegre. Um deles especificamente, interessa à nossa história: Juliano e Suzana. Mas nessa tarde eles não estavam passeando, e tampouco de mãos dadas.
De tempos em tempos, como todo casal, eles brigavam. A diferença é que esse intervalo para eles era extremamente mais curto. Juliano e Suzana são exemplos perfeitos de pessoas incompatíveis que se amam. Se o sentimento é forte o suficiente para superar as centenas de milhares de detalhes que conduzem na direção errada nessa avenida de mão única que chamamos de relacionamento, a união irá perdurar. Nesse caso é quase impossível saber o que é mais forte, pois para alguns amigos em comum, esses dois revezam diariamente entre olhares que dizem "estamos ligados pela eternidade" e "eu não quero mais te ver".
No entanto, o amor que ata o coração dos dois, é corajoso. E desejando céus mais altos, decide apostar tudo que tem nessa garota, Carolina, que entrara na vida deles e de tantos outros como ninguem. Naquela tarde, Juliano e Suzana brigaram de uma maneira horrível; Suzana foi pra casa e chorou como se voltasse a ser uma garota de 16 anos que foi deixada pelo primeiro amor, e Juliano teve de cumprir suas obrigações no bar "Versálias" para que pudesse sustentar sua namorada e a si mesmo. Ao chegar no bar, ele reparou que Seu Teófilo colocara sinos na porta para alertar clientes, pensou consigo como aquela idéia podia ser genial, mas em pouco tempo o barulho ensurdecedor do pêndulo interior contra o metal banhado a ouro irritaria até o mais calmo cliente. Juliano achou que aquilo fosse simplesmente estresse causado pela briga com Suzana e tentou ignorar. Fez seu trabalho como garçom de balcão muito bem, como sempre. Alem do mais, a expressão sonora que Renato consegue tirar daquele pedaço de armário era incrível, distraindo Juliano da martelada que os sinos davam em sua mente. Em um certo momento, a sensação de transporte que a valsa nº9 de Renato exaltou foi tão intensa que Juliano esqueceu de tudo que o cercava; o bar, a cidade, até mesmo o pianista, e todas as coisas fúteis, exceto o grande amor da vida dele, Suzana, a razão de sua vida, o sol que iluminava as planícies escuras de seu coração. De repente todo o universo simplesmente acabou em uma fração de segundo, e tudo que restara dentre todos os seus aspectos fora a apreciação que Juliano sentia por Suzana. Ele percebeu que não haveria outro momento, e nada mais importava, ele tinha que falar com Suzana e provar pra ela que nada superava o sentimento mútuo entre os dois; queria ve-la mas sabia que teria que esperar até de noite e sentia-se triste por isso. Queria um sinal, uma mensagem divina, uma apresentação personificada do deus que ele tanto orava se precisasse, mas tinha que sair dali e ver Suzana.

2
Ele voltaria a realidade quando os sinos de marca todash o despertassem, criando uma dissonância que quase fez Renato abandonar a peça. Uma mulher entrara no bar correndo acompanhada por uma menina que chorava. Os poucos clientes que estavam no bar saíram para ver o alvoroço que se formava la fora. Ela pediu a Renato que chamasse uma ambulância, e ele fez prontamente.
Enquanto chamava pelo socorro, Renato serviu à menina um copo d'agua para que se acalmasse, e a moça mais velha se aproximou, aparentemente iria contar o que aconteceu. Juliano então se dirigiu aos três, pois estava mais curioso com o que estava havendo do que desapontado por ter sua viagem astral cancelada.

- Um velho, de barba e roupas sujas, um mendi.... - então olhou para a menina que a encarava furiosamente - um senhor, que esta todos os dias na frente do Versálias acabou de ter uma convulsão, há pessoas la fora mas ninguem se prestou a chamar ajuda.
Alinhar à esquerda
- E como voce sabe que foi uma convulsão? - perguntou Juliano, e a moça respondeu explicando-se;
- Eu não sei, quem falou foi uma moça loira de olhos azuis que está la fora, de fato foi ela quem me pediu para vir aqui pedir ajuda.
- Essa moça estava com uma blusa azul? - perguntou e Juliano, e ao ver que a moça respondera afirmativamente balançando a cabeça, dirigiu-se rápido para fora do estabelecimento.

3
Então Renato continou o interrogatório.
- E essa menina bonita, por que choras?
- Bem, ela é filha do senhor que está doente.
- Ah, entendi. Mas não se preocupe, os médicos chegarão e seu pai vai estar bom logo-logo.

Então pela primeira vez desde que Carolina encontrou a menina, ela falou. Sua voz transitava entre as vozes das cantoras líricas com um forte sotaque gaúcho estridente e uma sensibilidade que gerava a delicadeza de uma criança.

- Eu não estava chorando por que ele passou mal....digo, por isso tambem, mas na verdade por que eu não via meu pai a semanas. Minha mãe ficou muito preocupada e eu tive que vir atrás dele. Finalmente achei mas certamente minha mãe está muito mais preocupada por que eu saí sem avisar.
- Então temos que avisar sua mãe da situação agora mesmo - disse Carolina - Voce sabe o telefone de casa?
- Não. - então Renato perguntou
- Mas indo daqui voce sabe voltar não?
- Tambem não, eu cheguei nessa rua por que me perdi, então começei a andar a esmo seguindo um pressentimento, e acabou dando certo.
- Bom, então o que podemos fazer é esperar que seu pai fique bem para que possamos leva-los ambos para casa ok? - Carolina comentou em uma mistura de consolo e advertência, passando os dedos pelo fino queixo da menina que deu um sorriso simpático.

4

Juliano em outro momento se importaria muito em saber o que estava acontecendo na rua, por que as pessoas comentavam assustadas, por que tinha um mendigo no chão e por que Suzana tentava desafiadoramente desenrolar sua língua, mas se reservou a observar como sua amada realizava seu trabalho de médica com maestria. Se conteu em não correr até ela e dizer o que tinha visto, pois poderia atrapalhar.
Suzana estava agaixada, no meio de várias pessoas que formavam um círculo curioso em volta deles, a quem mais de uma vez pedira para se afastar para que o deixassem respirar. Tentava reanimar o homem deitado mas estava perdendo as esperanças, nunca sentira-se assim em sua vida de enfermeira. Nunca deixara um paciente escapar, sempre fizera o melhor que pudera e isso sempre fora o suficiente. Mas esse senhor não só estava perdendo a batalha para a convulsão. Parecia que ele estava querendo isso, estava entregando sua vida, mas por que propósito?
Então ela ouviu o barulho de sinos, que soavam de uma maneira extremamente familiar, suas mãos afrouxaram no corpo do homem e ela distraiu-se por uma fração de segundo, e só no que conseguia pensar era no buque de rosas brancas e vermelhas.

texto de Robson "Meteoro" Rodrigues/ CONTINUA...

quinta-feira, 14 de maio de 2009

O Universo de um instante - capítulo 2

Músico

1

DING-DING...... DING-DING.....
Assim soam os sinos estrategicamente colocados sobre a porta. Toda vez que alguem entra um fio de náilon é puxado pela maçaneta avisando, assim, o dono do bar "Versália" quando novos clientes chegam. Seu Teófilo tomou esta providência por que durante algum tempo os mendigos da rua tentavam entrar sorrateiramente para roubar dinheiro e/ou bebidas alcoólicas. Apesar disso, dessa vez, os sinos soaram, mas nenhum cliente entrou, e a porta sequer mexeu.
Agora, toda vez que alguem entra no estabelecimento, o alerta é tocado. Mas esse sinal não é bem visto pelos funcionários e frequentadores, por que alem do fato de os sinos soarem extremamente alto e de uma forma gritante, havia o "problema" que o "Versália" era um bar frequentemente visitado, inclusive ganhara vários prêmios de qualidade de serviço.
Era difícil dizer quem se incomodava mais com o barulho dos sinos da porta: se eram os advogados que iam ao "Versália" todos os dias tomar um cafézinho e falar sobre política, ou as amigas que moravam em cima do bar, ou talvez o garçom Juliano que havia perdido seu bom humor desde que esses sinos foram instalados. Mas um candidato sério a esse posto era Renato, um rapaz jovem de olhos castanho-claro e cabelo bagunçado. Renato, apesar de estar saturado daquele som, tinha olhos somente para uma coisa: o piano. Ele tambem era um funcionário do bar, mas trabalhava somente no horário do almoço para entreter os clientes que ali comiam. Terminou de tocar "Garota de Ipanema", fez uma brevíssima pausa para secar o rosto do suor, e avançou para a Valsa nº9, uma obra cânone que representava um duelo entre um anjo e um demônio, que originalmente era tocada com dois pianos, que em nenhum momento da peça tocavam juntos. Renato nunca sentira falta de um companheiro para tocar, mas seu grande problema em não ter um era o fato de que ele, por respeito a obra, nunca preenchia os compassos vazios, o que somava a obra duas pausas. Adorava as modulações e a harmonia dinâmica que existiam na parte do anjo que ele sempre tocava, ao contrário da solidez, constância e tons graves e melancólicos que haviam na parte do demônio, que possuía um clima sombrio e tenso e não deixava de perder o charme por causa disso. Essa música fora o que gerou esse emprego para ele, que morava sozinho perto da estação ferroviária e precisava de alguma tarefa para se sustentar. Gostaria de viver da música, então se candidatou como músico em vários estabelecimentos desse tipo. Agora Renato trabalhava no melhor bar do bairro, e tudo graças a mulher do dono que adorava a valsa nº9 e obrigou Seu Teófilo a contrata-lo.
Nesse intervalo que fez para tomar de novo fôlego, os sinos da porta ecoaram mais uma vez e atraiu a atenção de todos no recinto. Uma moça linda entrara correndo e se dirigiu rapidamente para o balcão, enquanto um alvoroço no meio da rua despertou o interesse dos clientes que sairam do Versália. Supostamente um mendigo tendo uma convulsãol. Mas Renato não saberia disso, por que toda a sua atenção estava voltada para aquela moça vestida um tanto socialmente para estar na rua nesse horário. Atrás dessa moça entrou uma menina negra um tanto desengonçada mas não menos preocupada. Ambas exaltadas, pediam para que o balconista chamasse uma ambulância. O garçom assustado pegou o telefone e discou rapidamente. A moça alta virou-se para a menina e falou:

- Agora vai ficar tudo bem, esta entendendo?
- Sim - Respondeu a menina em tom choroso, e não demorou para as lágrimas aparecerem em seu rosto escuro.

Renato pegou sua agua e foi até o balcão. Colocou em um copo de plástico e entregou para a menina.

- Tome isso. Voce vai se sentir melhor
- Obrigada - ela respondeu

Então a moça olhou para ele satisfeita

- Muita gentileza de sua parte, obrigada
- Capaz. O que aconteceu??

Carolina olhou fixamente para os olhos dele, tentando resgatar cada detalhe de tudo que acontecera até ali.

- Bem....


texto de Robson "Meteoro" Rodrigues/ CONTINUA...

sexta-feira, 8 de maio de 2009

O Universo de um Instante - capítulo 1


Astrônoma
1
TRRRRRIIIMMM

Carolina abre os olhos assustada, desprendendo-se de seu sonho. Agarra o relógio e o traz para dentro da lona formada pelo lençol azul-claro que a tapava do topo da cabeça até o último dedo dos pés, numa tentativa fálida de que o tempo volte para que ela torne a dormir nem que seja por dez minutos a mais.
Sonhara com uma viagem astral em que visitava as estrelas mais distantes independentemente da incapacidade física que sua raça havia lhe deixado como legado. A beleza suprema dos corpos celestes era inconcebível para uma mente não tão criativa. E cada estrela possuía únicas e invariáveis características que tornavam aquele o melhor dos mundos. Carolina caminhava sem medo em direção ao centro do universo, sobre uma plataforma anil-transparente que combinava harmoniosamente com o escuro do universo iluminado somente e suficientemente pelas galáxias próximas, uma estrada que dava vista para centenas de milhares de constelações. Ela conhecia muitas, mas queria conhecer todas.

2

Mas se ela poderia andar no espaço não importava mais, estava atrasada...
Levanta de sua cama de solteiro rapidamente. Não há tempo para arrumá-la e ela vai se recriminar por isso depois, mas no momento se concentra em um café da manha que se resume no leite que divide cautelosamente com sua gata Kyka. Liga a televisão no notíciario local. Tendo saciado suas vontades orgânicas restava agora se aprontar para o trabalho e sempre fez questão de ir bem arrumada. Após o rápido banho sentou-se na frente do espelho para se maquiar.

- Logo hoje!!! - pensou enquanto penteava seus macios cabelos negros. Carolina era a mais bonita de 3 irmãos de uma familia descendente de italianos. Tinha os olhos amendoados e um sorriso que forçava as pessoas a se perguntar o que a vida tinha feito para impedir que ela se tornasse uma modelo. Enquanto maquia-se, ela vê distraídamente através do espelho as notícias. Mas apenas uma desperta seu interesse:

* Genebra, 2008. É construído o maior acelerador de partículas do mundo. A organização Europeia para a Investigação Nuclear vai, nesta sexta-feira próxima, ligar o interruptor de um dos mais ambiciosos projetos da história da humanidade: o Large Hadron Collider, LHC, que percorre 27 quilômetros, é uma máquina que acelera dois feixes de partículas em direções opostas a mais de de 99.9% da velocidade da luz, que vai criar um choque de partículas nunca antes visto. O LHC procura replicar o fenômeno que passou a ser conhecido como "Big Bang"*

- Óh meu Deus. - É o que a chocada garota consegue exclamar sobre a notícia inusitada. Agora não há mais tempo, vai maquiar-se no trem. Esse fato tem de ser discutido o quanto antes. Ela levanta, pega a bolsa e sai.

3

Naquela terça-feira chuvosa de junho, uma declinação devastadora do sol em relação à linha do equador traria a Porto Alegre a noite mais longa do ano. Nada notável.Carolina trabalhava de noite e madrugada no Centro de Estudos Astronômicos, o CEA, e adorava o que fazia. Para ela a idéia de trabalhar um pouco mais era muito agradável.

Ela atravessa a avenida principal e dirige-se a passos rápidos até o terminal onde pegará o trem, enquanto rostos curiosos acompanham aquele vulto de calça jeans azul e uma blusa rosa com um decote que exaltava seus seios fartos. Um homem baixo e corcunda, vestindo roupas surradas e encardidas, carregando um saco com latas de refrigerante amassadas, de barba espessa e suja de sangue, saliva e alguma outra coisa que Carolina não conseguiu identificar, - achou que fosse maionese, mas poderia ser algo bem pior - se aproximou com os braços abertos, como se quisesse abraça-la.

Carolina afastou-se do mendigo e riu. Observou-o voltando ao lugar da esquina onde sempre o encontra e disse ironicamente:
- Salve o grande Messias da avenida mais movimentada do bairro mais deserto de Porto Alegre!!
Ele a encarou, e em um tom pouco divertido advertiu-a.
- Tu ousas locomover-se contra os mares de sofrimento que te cercam. Na sinalética dos astros, que tu conheces bem, isso significa destruição. Não só tua, mas de tudo.
Ela sempre irritava-se com pessoas que confundiam seu trabalho.
- Conheço sim a sinalética dos astros, meu bom senhor. Mas não do jeito que voce fala. Eu sou uma astrônoma, e não uma astróloga. Não jogo búzios, leio mão ou tarô, e muito menos acredito nessas coisas. Espero que voce passe bem, adeus.
E assim ela dirigiu-se para o CEA, enquanto a lua a observava curiosamente. De repente um vento cortante e quase visível atravessa o rosto dela, e levanta todos os pelos de seu corpo. Carolina se arrepiou como nunca na vida com aquele vento, que trouxe tambem um mal pressentimento terrível. Aparentemente todos na rua sentiram isso. E o mendigo desmaiou.


texto de Robson "Meteoro" Rodrigues/ CONTINUA... *espero que tenham paciência, meu tempo para escrever é escasso e minha criatividade tem vida própria.*

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Os olhos de Manuela -capítulo 1


Pra que esses olhos Manuela?
São os meus olhos para ti, somente para ti



Sou eduardo campos Tôlledo, tenho 42anos, sou investigador criminal. Agora estouna cena de um crime. Uma moça de vinte e poucos anos é esfaqueada na sala.
Vários homens estão no local do crime. Ela era loira artificial, tem uma tatuagem na nuca, três estrelinhas, um beija-florno ombro,um golfinho no pulso, olhos castanhos, 1,70 m de altura, acho, linda, o corpo dela estava nú.
Que tripo de monstro a mataria? Os olhos dela estavam abertos, apavorados. Olhos, que olhos eram aqueles.
-Foi canivete, não foi faca._ o meu colega Edgard.
-É, e a causa da morte foi estrangulamento. - me abaixo e coloco a mão no pescoço dela.
-Tenho a impressão que ela está nos olhando, pedindo socorro. -Um outro funcionário.
-Tá morta, os mortos não fazem mais nada. -fecho os olhos de Manuela.
-Olhe o que eu achei. -Edgard me mostra os documentos dela.
-Carolina Xavier santos. -Leio.

-Manuela era nome de guerra.
-Está cheio de jornalistas ai fora. -O funcionário.
-Trabalhava onde ela?
-No Sex Club Night, mas tinha um amante que pagava isso aqui.
-Então ela não era mais puta, era fixa. -Eu olho pelajanela para ver a imprensa lá embaixo -Não estou com saco para aguentar repórter no meu ouvido. -Me viro para Edgard _Coloque dois policiais aqui. E o menino?
-Fugiu. Será que ele tem haver com o crime?
-Não sei. Qual era o nome do padrinho dela?
-Pedro Dramactini.
Saio da casa dela e paro nocorredor.
-Não sei pra quê tanto alvoroço para a morte de uma prostituta. parecendo que esse tipo é gente. deviam queimar essa raça como faziam com as bruxas na Idade Média. Uma senhora de cabelos brancos de bob, carregando um crucifixo enorme no peito.
-Você conhece o menino que fugiu?
-É meu afilhado. a vagabunda dava em cimadele descaradamente, o chamava pra isso, pra aquilo e idiota lá babando. baixava o som da televisão só para escutar a voz dela.
-Ele morava de frente...
-Isso mesmo, esse aqui é meu lar. não lhe ofereço café, pois não fiz ainda. ~Mas não estão desconfiando do meu afilhado não né?
-Não, por enquanto.
-O crime perfeito na sociedade perfeita. -Ela entra.
-Qual o nome dessa senhora?
-Dona Marlízia.
Eu anoto o nome dela na agenda. depois de aguentar os jornalistas, me dirijo a casa dos dramactini. Se pode chamar aquilo de casa: 18 quartos, 2 suítes, 3 banheiros, uma cozinha industrial, duas piscinas.
Sento no sofá, a filha do casal estava na piscina com amigos. Aparece Dona Cínthia Dramactini, era de estatura média, cabelos castanhos bem escuros, bem bronzeada, devido a casa na praia, olhos verdes, cheia de jóias.
-Boa noite. O meu marido não se encontra. sente-se. -nos sentamos.
Vejo no topo da escada o outro filho do casal, Bruno e na mão dele uma espéie de chave alicate e abridor de lata.
-Me disseram que o senhor é da polícia.
-O seu marido é suspeito de matar a amante dele.
-Quer churros? -Ela se levanta.
-Ele pagava uma moradia para ela, um caso de um ano e pouco.
-O senhor vai encontrá-lo no escritório. Acho que ele vai poder te explicar melhor.
-Aqui o pernil senhora. -a empregada.
Ela pega o garfo grande e a faca.
-Há locais na carne para se evitar a sangria. -ela me olha -mas eu prefiro sangrar a carne, para deixá-la mais apetitosa. -ela me oferece uma fatia.
-Não, obrigado.
-Furada a canivete.
-Como você sabe? Eu não falei a forma como ela morreu.
-É..., está na imprensa, deu nos jornais, internet.
-Onde a senhora estava no dia do crime?
-Numa festa beneficiente da Sansouto.
-Chegou agora?
-Não, questão de uma hora. Um escândalo envolvendo os Dramactini.
-Você sabia do caso?
-Ela não é a primeira e não vai ser a última.
-Não tem medo que ele lhe largue?
-ele sabe que tem mais a perder do que a ganhar. E depois Dramactini se casa com Dramactini. Nós éramos primos de primeiro grau. os Dramactini não devem se misturar. temos sangue puro. Nossa família tem brasão.
-é acho que o seu marido não vem agora. Vou indo. -Eu iria me retirar.
-Ela era bonita?
-Muito.
-Você não comeu nada. Boa noite.
Antes de sair olho o topo da escada, o menino não se encontrava mais lá.
Saio da casa e vejo Edgard olhando para a filha dos Dramactini.
-Uma graça essa menina.
-è uma Dramactini. Deixa a mãe souber das suas intenções.
Entramos no carro.
-Como foi?
-Não sei, temos que encontrar esse menino.
Deixo Edgard em casa, pego um baita engarrafamento. Fumo um cigarro durante o percursso. Aquele olhar de Manuela não saía da minha cabeça e cada gesto da senhora Dramactini. Não me lembro mais quando comecei a fumar. Depois que me separei da minha esposa talvez. As minhas companhias sempre foram os óbitos, o cigarro e a bebida depois disso.
chego em casa, acendo a luz e pego o meu filho quase nú com uma garota no sofá.
-Pai!
-Desculpa. -ela tapa os seios e pega a roupa.
-Pai você não iria chegar mais tarde?
-Na minha ausência você transforma o meu lar em um motel.
-Aparece a menina já vestida.
-Espera Eliana! -Ele vai atrás dela.
Vou até a estante e faço um copo de Wísky.
-Pô pai, droga. -ele entra no quarto e bate a porta.
Sei que não sou um bom pai. As vezes me pergunto onde erro. Mas ele quis ficar comigo antes da mãe, é um menino de apenas 17 anos. sento no sofá e fecho os olhos.
Amanheço no sofá todo dolorido, vou pra mesa.
-Mamãe mandou o convite para o casamento. -O meu filho André.
-Que ótimo, é aquele mofadinha?
-É. Você vai?
-Quem sabe.
Cedinho fui até o escritório de Pedro Dramactini, ele era presidente de uma financeira. fico esperando na recepção, a porta da sala dele esá entre-aberta, uma moça morena está lá dentro massageando os ombros dele, dá beijo no rosto dele antes de sair.
ela passa por mim, olho para os olhos verdes dela, tinha cabelo cacheado.
-Pode entrar senhor Eduardo campos.
Entro na sala, Pedro era um homem de estatura mediana, cabelos grisalhos e olhos castanhos.
-Sou o investigador Eduardo Campos. -Ofereço a mão e ele aperta -Você já deve saber do assassinato de manuela.
-Sei. Eu sou por enquanto o único suspeito?
-Você era amante dela.
-Eu a amava.
-Isso é o que todos dizem, esquecendo que existe crime passional.
-e o que o faz crer que esse crime não fosse premeditado, estreitamente calculado?
-Quem faz as perguntas sou eu. Se conheciam há muito tempo?
-Quase dois anos. -ele se vira para a janela -Vivi os momentos mais lindos da minha vida com ela -Se vira com lágrima nos olhos.
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Ela estava com um short e um buá que cobria os seios, trabalhava no Sex Club Night, a dona do estabelecimento se chama Geni.
-Acho que tenho o que o senhor procura. Manuela! -ela levanta a mão.
manuela se aproxima, ela era muito bonita.
-Cuide bem do nosso cliente. -dona Geni fala isso no ouvido de Manuela.
Fomos para o quarto, eu na cama sem camisa, ela aparece e joga o buá no chão, tira o short. Já estava sem calcinha, sobe na cama e me beija, eu me viro, a colocando deitada na cama e beijo o sexo dela. ela abre a boca, aperta com a mão o travesseiro, o corpo dela sobia e descia na cama com a outra mão na minha cabeça para me manter fazendo o ato, e ue seguro com uma das mãos o seio dela.
Aí acordei e a vi fumando nua, sentada a beira do colchão.
-Você não devia fumar, é jovem de mais, cigarro mata. -pego um cigarro e acendo.
-Tive uma vez um cliente médico que disse a mesma coisa, mas também fumava. Nunca entedi minha mãe, pedia para eu parar de fumar, mas ela fumava. Não compreendi se ensinavam que era errado, se a pessoa que ensinava também fazia. -ela levanta e vai até a janela, traga o cigarro e solta a fumaça.
-É pra isso que existe o dito: Faça o que eu mando não faça o que eu faço.
Ela senta de frente pra mim.
-Eu faço o que tenho vontade. Prefiro me arrepender de uma coisa que fiz do que de uma coisa que eu tive vontade e não fiz. A vida só uma honey.
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-Aí todas as vezes depois de transarmos fumavamos, aí visitei ela de novo, de novo, e eu só queria ela. depois aluguei aquela casa pra ela, pra nós, não queria que ela dormisse com nenhum outro homem a não ser comigo.
-Conheceu o vizinho, o menino que fugiu?
-Sim, ele era gamado nela e ela dava corda, teve uma vez que cheguei em casa...
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-Se eu disser umas coisas bem safadas e te deixar bastante excitado com isso. Você se masturba na minha frente?
Eu chego em casa, não foi nem preciso ela dizer as coisas, ele já tinha se excitado só ela ameaçar a dizer. ele sai correndo tapando o negócio.
Ela cai na gargalhada.
-Que maldade com o menino. Não quero ele mais aqui.
-Eu gosto de homem, não de meninos.
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-Ela chegou até o deixar nú no prédio, ela me contou uma vez.
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-tenho certeza que tinha uma barata aqui. -ela apavorada.
-Acho que ela fugiu.
-E você vai fugir de mim? -ela o encurrala na mesa e coloca a mão naquele lugar, tira a camisa dele. -Eu não mordo, ainda. -sorrir -Tira a roupa. tira a roupa! Tô mandando.
Ele tira o resto da roupa, ela dá as costas a ele e tira a blusa dela e abre a porta, vai até o corredor.
-Vem, vem porra. Não é homem?
-Pode alguém ver.
-Quero trepar aqui no corredor. São duas da manhã, ninguém vai ver. Agora ouvir já não garanto. -rir.
Ele sai, ela entra e bate a porta e tranca.
-Abre a porta, por favor. -ele batendo na porta -abra essa merda.
Ela escuta som de portas se abrindo.
-Meu Deus.
-Menino o que voc~e está fazendo assim no corredor?
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-Ele não seria capaz de matar nem uma mosca.
-E o senhor?
-Pra que responder? Só iria me iludi crendo que você acreditaria em mim. -ele assina um papel com a mão esquerda.
-é canhoto/
-Sim.
Eu abro a porta e vejo vários jornalistas.
-É vou deixá-lo em boa companhia. Ah! Como se chama a moça que estava com o senhor antes de eu entar?
-Alessandra.
me retirei, entro no meu carro e ligo para Edgard.
-Edgard, você que examinou a moça que foi furada. o assassino pra você estava em que posição?
-"O lado esquerdo dela estava mais danificado, mas só a perícia que vai poder dizer. Por quê?"
-Por nada, obrigado. -desligo.
¨¨¨¨Continua...¨¨¨


OBS.: Seria interessante que quem comentasse dissesse quem seria o assassino da história.