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segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Ao Mundo dos sonhos - capítulo 6


Reencontro

1
O leão se desvencilhou de seu banquete, queria mais. Recomeçou a trotar para onde ouvia barulho, pois mal sabiam as crianças que ele não possuía a menor visão ou olfato e tinha uma séria carência em sua capacidade auditiva.

2
A criança-demônio esperou os jovens remanescentes correrem mais, estava se divertindo. Quando eles acharam que tinham o perdido de vista, pulou alto e voltou ao tubo de ventilação, por onde viera e por onde era muito mais rápido se locomover.

3
- É logo ali. - disse Rafael.
De longe, podia-se ver a luz da rua. A esperança despontava no coração de cada um deles; enfim tudo terminaria, pelo bem ou pelo mal. Avançavam pelo corredor, passando por uma porta que revelava uma sala escura e pequena, aparentemente uma despensa do zelador da escola. Somente Alice a percebeu, os outros dois conheciam a escola como a palma das próprias mãos, mas nunca se importaram com aquela sala em questão.
A luz da saída foi se tornando maior a medida em que se aproximavam, mas quando estavam perto o bastante para já ver a rua, o monstro que matara seus amigos desceu de um buraco no teto. Os jovens fizeram força para parar. Viraram para trás mas o leão já os alcançara, nem a sala do zelador servia como refúgio, estava do lado dele. Estavam aterrorizados: de um lado vinha um leão que não teria o menor receio em se servir de suas carnes, e de outro estava aquela criatura bizarra de propósito desconhecido.

De repente, a silhueta de um homem surgiu na rua por trás da criança-monstro. Ele portava um objeto grosso, como um bastão, e lhe aplicou um golpe de extrema violência na cabeça. O demônio permaneceu em pé, mas não conseguiu repelir o segundo golpe. O leão rugiu. O homem agarrou aquele ser estranho e, com muito esforço, o jogou ao leão. Como um animal treinado de circo, o selvagem felino abocanhou seu alimento no ar.

- Entrem na sala do zelador! Não é seguro sair da escola agora. E não digam nada, ele é meio surdo - Disse o homem. Alice reconheceu a voz talvez antes da primeira palavra. Era seu pai, o homem que a criou e a quem ela viu morto e veio resgatar. Se conteve em falar com ele e entrou na pequena sala do zelador com os outros dois. De dentro da sala, puderam ouvir o som da luta aparentemente injusta. Basicamente, o leão rugia e o homem gritava.
Os gritos e rugidos cessaram. Rafael abriu lentamente a porta e os três viram o homem em cima do leão, como um pistoleiro em cima de seu cavalo. Lúcia percebeu então como ele era parecido com Alice.

4
Tendo domado o leão gigante e salvo os alunos remanescentes, Antônio se dirigiu a eles.
- Ei garotos, vocês estão... - ele não conseguiu terminar a frase. Talvez pela emoção que tomou conta de sua concentração, talvez pela guria pendurada em seu pescoço, chorando. Alice sonhava com esse momento. Não conseguia respirar direito. Tentou mas não conseguiu dizer tudo o que planejava falar quando reencontrasse seu pai, o homem que a compreendeu, que a ensinou e incentivou a ser alguem.
- Alice, mas o que você está fazendo aqui? - Ele perguntou
- Eu vim te buscar
- E sua mãe, sabe?
- Não. Mas ela vai ficar bem
- Que bom. - Ele riu e a abraçou. - Garotos, fiquem na escola. Não é seguro lá fora, mas eu voltarei para buscá-los muito em breve. Levarei o leão.

Após um breve convencimento de que teriam que se separar de novo, Antônio se retirou. Alice estava se dirigindo de volta à sala, quando ouviu seu pai voltando às pressas.

- Alice, antes que eu vá, me diga mais uma coisa: Carolina também está aqui?
- Sim. É importante que ela tenha vindo?


- É crucial.

2 comentários:

  1. seu estilo linguistico é raro e extremamente dificil.
    parabens mesmo.

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  2. adorei seus textos
    parabéns

    se quiser retribuir a visitinha
    http://grudeichicletes.blogspot.com/

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