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terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

A mulher do desembargador -Capítulo 4.

Acordei muito nervoso, iria começar esta manhã as minhas aulas com a mulher do desembargador. Tomei o meu café correndo e fui para lá, as minhas mãos estavam geladas, duas pessoas que se encontraram comigo falaram que eu estava pálido, parecia que tinha perdido todo o meu sangue.
As minhas pernas pararam, tive que puxá-las até a casa dela, as minhas mãos começaram a suar. Eu estava levando também um caderno, caneta, borracha, lápis e alguns livros.
A chamei do portão, ela saiu com um vestido marrom que ia até os joelhos com costa nua.
-Eu vim para as aulas.
-Ah!... Já tinha esquecido, entre.
Entramos.
-Coloque as coisas em cima da mesa.
Comecei a olhar um quadro de uma menina morta e uns indivíduos encapuzados em volta dela, todos iguais, mas não eram humanos.
-Você se importa que estudemos no chão?
-Claro que não.
Sentamos, ela colocou as suas pernas para se apoiar em cima delas.
-Substantivo, parte da gramática a que pertence todas as palavras que designam os seres em geral, as entidades reais ou imaginárias. Como se classificam os substantivos?
-Concretos, abstratos, comuns,... Próprios, coletivo.
-Pegue o seu caderno.
Eu peguei o meu caderno.
-Vou ditar algumas palavras e eu quero que você classifique o substantivo usado.
-Esta bem.
-Sol, fome,... Ódio, caneta,... Pacífico, arquipélago,... Baixela, cáfila, Córdoba,... Vingança, Deus,... Pronto, faça.
Eu não prestava atenção na aula, me desconcentrava para olhar os seios dela, a coxa...
Depois da aula, cheguei em casa e encontrei a minha mãe no banheiro, com os olhos roxos.
-Mãe. - eu a toquei.
-Ai, está doendo. -Ela chorando.
-Ele é um covarde.
-É o seu pai.
-Se eu pudesse eu a tirava dessa vida.
-Eu não quero que Maria Bárbara me veja assim.
-Onde ele está?
-Deve está bebendo.
-Largue ele mãe.
-Mulheres desquitadas são vistas com maus olhos filho, é a minha sina, eu tenho que levar isso até o túmulo.
Mais tarde Dona Justina fez uma visita a minha mãe.
-Virgem Santíssima, o que acontece com você?
-Cair da escada.
-Me perdoe pela pergunta. O seu marido bate em você?
-O quê?
-É o que eu estou ouvindo na rua.
-Quero que todos saibam que estou muito feliz com o meu marido. Não quero meu nome na boca do mundo.
Sair de casa e encontrei Cláudio e Felipe.
-Estou perdido. -fala Cláudio.
-Por quê? -perguntei.
-Vou perder de ano.
-Mas segunda-feira é a prova de admissão.
-Não posso perder de ano.
-A professora Custódia é uma solteirona, já velha, mal humorada, diria que isso é fogo por debaixo da saia. -falou Felipe catedraticamente.
-Você acha?
-Ela precisa de um homem.
Veio cinco meninos do orfanato República do Lar.
-Vinhemos para ordenar que vocês se afastem das meninas do orfanato.
-Por que teríamos que obedecer a tal ordem? -Felipe
-Vocês estão com maledicência com elas.
-O que não é muito diferente do que vocês também querem com elas.
-Elas são nossas!
-Não tenho culpa se vocês não sabem conquistar as mulheres que tem.
-Vádios.
-É desses vádios que elas gostam!
No dia seguinte, na igreja aparecemos cheios de hematomas, pelo menos a briga valeu a pena, ganhamos.
-Eulália que bom voltando a freqüentar a igreja. -Dona Justina.
-Temos que nos conformar.
-Bom dia senhoras.
-Bom dia Padre Eurico.
-Padre desejo me confessar.
Era uma jovem de cabelos curto encaracolado.
-Vamos.
-Quem é? -Perguntou Dona Justina a Eulália.
-Amância, coitada tem 29 anos e ainda é solteira.
-Coitada nada, essa daí para não ter casado ainda deve ter aprontado de tudo, só coloco as minhas mãos no fogo pelo Santo do meu falecido marido. A mulher tem que ser do lar! Trabalhar, cuidar do marido, ser honesta, e aceitar as puladas de cerca do nosso cônjuge. Cabeças vazias são quem seguem essas feministas, que colocam idéias contrárias aos ensinamentos de nossas mães e avós, homem é homem, mulher é mulher. Lugar de mulher é na cozinha rodeada dos filhos. Prazer nunca desejei sentir com o meu marido. Nós sim somos obrigadas a dar prazer aos homens, porque aparece uma sirigaita e rouba eles da gente, nós mulheres viga da religiosidade e do bom senso.
No dia da prova.
-Eu passei.
-Você?...
-Sim e na sala dos professores, na mesa, ela aparenta ser velha, mas tem um belo corpo.
-Não estou acreditando.
Entramos na sala, havia sete fileiras verticais, cada uma com oito cadeiras. No meio da avaliação Felipe me pediu cola e a professora nos pegou. Eu disse a verdade perante o diretor que Felipe tinha me pedido cola.
Eu tive a oportunidade fazer outra prova, Já Felipe perdeu e Cláudio passou e ainda abriu as pernas de Dona Custódia, que reparando bem, que coxas!
Na saída encontrei com Felipe.
Você provou que não é meu amigo
-Eu só falei a verdade
-Eu lhe arrebento.
-Acalme-se Felipe. -Cláudio. -Se lembre da amizade da gente.
-Se depender de mim ele não é mais nada meu
-Que pena que tenha que acabar assim
-Felipe pense, você estava errado. -Fala Cláudio
-E você acha certo o seu procedimento. Ainda você há de me pagar Pedro não esqueça.

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