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domingo, 24 de maio de 2009

Amor de mãe: um vício adquirido

Como é fácil nos viciarmos no amor de mãe. Ele acolhe, protege e envolve nosso ser desde o momento da nossa concepção.

Sentimos ainda mais o amor da mãe quando nascemos e, gentilmente, deixamo-nos abraçar por esse laço carinhoso.

A primeira mamada é o vínculo afetivo inicial. A partir daí está feita a conexão. Tanto que muitas crianças que não têm esse toque dos lábios no seio materno, independente deles produzirem leite ou não, têm maior dificuldade de se sentirem amadas quando adultas.

Do ‘primo choro’ passa-se para a primeira mamada, para a primeira troca de fralda, para o primeiro banho, para o primeiro balançar no colo, para a primeira canção de ninar, para o primeiro carinho.

Viciamo-nos no amor da mãe, rápida e facilmente. E isso é muito bom. Precisamos dele para a nossa sobrevivência emocional.

As dificuldades da infância encontram alento no olhar, nas palavras, nas atitudes e no carinho da mãe.

Na adolescência sofremos, pois precisamos de um novo tipo de amor e é necessário soltarmo-nos das amarras do amor materno, tão arraigadas em nosso interior.

Se os pais, principalmente a mãe, oferecem apoio e liberdade nessa fase, esse processo é suavizado e o vazio da ‘separação’ é preenchido pelo amor da nova companhia.

Caso contrário, são muitas as situações decorrentes do apego:

- filhos casados que continuam ‘plugados’ emocionalmente na mãe;
- mães que continuam conectadas afetivamente nos filhos;
- filhos dependentes física, emocional e financeiramente dos pais;
- filhos que passam a ver no cônjuge ( ou em outra pessoa ) a figura da mãe;
- filhos que se afastam da família;
- filhos que têm dificuldades em seus relacionamentos conjugais.

Disso podem advir personalidades dependentes, carentes, inseguras, emotivas, superprotetoras, emocionalmente distantes e outros transtornos emocionais.

Internamente lutamos na tentativa de não nos afastarmos da imagem da mãe ao mesmo tempo em que queremos nos libertar. Essa dicotomia, no geral, é bastante inconsciente.

Alguns nunca conseguem cortar o cordão umbilical emocional cedo enquanto outros passam a vida, ou boa parte dela, tentando. Isso quando tomam consciência da dependência que têm da imagem da mãe.

Em função dessa dependência mascarada, pode haver transferência do vício afetivo para a comida, o cigarro, a bebida, o sexo e outras formas de compensação.

O vício ao amor materno é tão forte que, ao tomar consciência dessa interação emocional e iniciar o ‘corte efetivo – e afetivo - do cordão umbilical’, alguns chegam a ter uma crise de abstinência, com sintomas como : desorientação, dor de cabeça, falta de sono, sono excessivo, entre outros.

A desvinculação dessa união emocional é quase um novo parto e são normais recaídas, ou seja, o filho volta a sentir-se emocionalmente dependente da mãe; seja ela viva ou não, presente ou não.

Mas esse processo é necessário.

Precisamos ser pais e mães de nossos filhos e não eternos filhos de nossas mães. Por outro lado, a gratidão a elas é, incontestavelmente, necessária.

O amor de nossa mãe, que acaba nos viciando nele mesmo, é a nossa salvação; o nosso sustentáculo emocional; o nosso ‘modus vivendi’, o nosso triunfo.

O nosso amor por nossa mãe deve ser o reconhecimento disso.

Somos o que o amor de nossa mãe representa para nós, mas precisamos aprender a sermos nós mesmos.
Precisamos aprender a amar a nós mesmos como uma mãe ama o seu filho.

7 comentários:

  1. Parabéns pelo texto, precisava lê-lo mesmo, quando comecei a ler vi que tinha muitas coisas haver comigo. Você leva jeito para psicologo. Parabéns.

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  2. é por este texto e seu conteudo profundo que todos nós dizemos e afirmamos com certeza.. mãe é o ser mais abençoado do universo...

    inigualavel... verdadeiramente unico!

    abraços!

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  3. Muito bom o seu texto!
    O amor de mãe é algo muito forte^^

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  4. Texto lindo, considero-o uma grande homenagem as mães.
    De fato mãe representa toda a segurança, o nosso porto seguro mesmo, é a partir do relacionamento com a mãe que construímos toda a nossa história.

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  5. Muito bonito o texto, eu amo a minha mãe, sempre lembro quando ela deixava de comer o dela para me dar. (x

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  6. Ah que saudade da minha mãããe..... Lindo o post... Sucesso

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